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A juíza que condenou o ex-banqueiro João Rendeiro a dez anos de cadeia emitiu esta quarta-feira um despacho, com caráter de urgência, para a emissão de mandados internacionais de captura, avança a SIC.
O despacho está a ser formalizado e segue depois para polícias como a Europol, Interpol, PSP e Polícia Judiciária, com o objetivo de obrigar Rendeiro a cumprir prisão preventiva.
João Rendeiro recusa-se a regressar a Portugal para comparecer em tribunal na próxima sexta-feira e fugiu mesmo da Europa. O ex-presidente do Banco Privado Português (BPP), condenado esta terça-feira a prisão efetiva num processo por crimes de burla qualificada, diz que não pretende regressar ao país por se sentir injustiçado e vai recorrer a instâncias internacionais.
Num artigo publicado no seu blogue Arma Crítica, João Rendeiro revela que já pediu ao advogado para comunicar a decisão à justiça portuguesa e diz que se tornou "bode expiatório de uma vontade de punir os que, afinal, não foram punidos".

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"É uma opção difícil, tomada após profunda reflexão. Solicitei aos meus advogados que a comunicassem aos processos e quero por esta via tornar essa decisão pública", escreve.
O ex-presidente do BPP, que na terça-feira foi condenado a três anos e seis meses de prisão efetiva num processo por crimes de burla qualificada, lembra que já num outro processo em que tinha sido condenado a pena suspensa por falsificação de documentos e falsidade informática o Tribunal da Relação acabou por tomar uma "decisão inesperada" ao reverter a pena para oito anos de prisão efetiva.
Na origem deste julgamento está a queixa do embaixador jubilado Júlio Mascarenhas que, em 2008, investiu 250 mil euros em obrigações do BPP, poucos meses antes de ser público que a instituição liderada por João Rendeiro estava numa situação grave.
Também neste processo estavam acusados os ex-administradores Paulo Guichard e Salvador Fezas Vital. O primeiro foi condenado a três anos de prisão e o segundo a dois anos e seis meses de prisão.
O tribunal decidiu que os ex-gestores do BPP terão ainda de pagar 225 mil euros por danos patrimoniais e 10 mil euros por danos morais a Júlio Mascarenhas.