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A Frente Sindical da Administração Pública e o Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado ainda têm esperança de conseguir uma atualização dos salários além dos 0,9%, numa altura em que se prepararam para uma nova ronda negocial em reunião com o Governo.
Até ao fim das negociações, ainda há esperança, dizem a Frente Sindical da Administração Pública e o Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado, que admitem ser possível um entendimento com o Executivo. Ambos pretendem uma atualização dos salários da função pública já no próximo ano, mas os sindicatos não aceitam os 0,9% propostos.
No entanto, José Abraão, da Fesap, espera receber boas notícias neste encontro com a Tutela. "Sabemos que o Governo está limitado, seja como for, está em plenas funções e terá condições de encontrar outra forma de olhar para este problema, e daí não desistirmos, não baixarmos as nossas expectativas no que diz respeito àquilo que se pode concluir neste processo negocial", argumenta o representante da frente sindical.
José Abraão diz ter expectativas positivas.
"Hoje mesmo vamos ter uma reunião, que é já a segunda. Ficou em aberto uma outra terceira, que pode acontecer ainda esta semana." Decorrem as negociações, nota José Abraão, "esperando que esta crise se resolva o mais rapidamente possível", mas compreendendo que as necessidades nacionais estão acima da celeuma política. "Até lá, o país não para, a vida continua, e os trabalhadores da administração pública precisam que estes problemas sejam resolvidos, minimamente que seja, com as limitações que temos, mas sempre na expectativa de que não seremos deixados para trás", sublinha.
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Já Helena Rodrigues, representante do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado, confia que o Governo possa aproximar-se mais da pretensão dos sindicatos. "Quer os membros do Governo, quer os diversos partidos daquilo que é a nossa democracia, referem que é urgente que se aumente as remunerações dos trabalhadores, não só o salário mínimo, mas também daqueles que, tendo quadros superiores, habilitações superiores, estão, de facto, a aproximar-se cada vez mais dos salários mínimos, por falta de atualização parecida com a do salário mínimo."
A responsável não espera "qualquer dúvida" por parte de "qualquer partido" quanto a esta necessidade, e sustenta que a negociação está ainda numa base "mínima", de "cêntimos".
"Neste momento, estamos a negociar em mínimos, a não ser que a ministra nos surpreenda e nos venham a dar uma atualização salarial superior à que tinha ficado, de 0,9%", remata Helena Rodrigues.
Ouça as declarações de Helena Rodrigues.