Euro comemora 20 anos como moeda de troca

Para comemorar a data, o Banco de Portugal vai invocar, ao longo dos próximos meses, momentos, protagonistas, testemunhos e dados ilustrativos do que chama de "mais extraordinário projeto europeu" jamais concretizado.

O euro foi criado em 1 de janeiro de 1999, data em que as taxas de câmbio entre as moedas dos países membros foram fixadas de forma irrevogável, mas na prática, nos três anos seguintes foi uma divisa apenas usada para fins contabilísticos, como pagamentos eletrónicos.

Só a 1 de janeiro de 2002 é que entraram em circulação as notas e moedas de euros e, este ano, o Banco de Portugal, na mesma linha do Banco Central Europeu, decidiu comemorar esta data invocando, ao longo dos próximos meses, datas, momentos, protagonistas, testemunhos e dados ilustrativos do que chama de "mais extraordinário projeto europeu" jamais concretizado.

Na altura, era ministro das Finanças Sousa Franco, que veio a público explicar que, no caso de Portugal, um euro valia 200 escudos e 48 centavos e esclarecia porquê: "Tal como calculam, em contos de reis, ou falando em tostões e continuando durante muito tempo a falar em escudos, é esta a taxa de conversão, mesmo quando as moedas de escudo e de euro já tiverem sido trocadas a partir do ano de 2002."

Uma moeda que passou a servir mais de 340 milhões de europeus em 19 países e que escrevia a história da Europa, como sublinhava Jorge Sampaio, então Presidente da Republica: "Tem uma importância histórica, economia e, espero eu, social, extremamente significativa."

O escudo deixou de ter existência, tal como moedas de outros países, como a lira, o franco, ou a peseta e, para o líder do PSD, na altura, Marcelo Rebelo de Sousa, o euro era considerado uma autêntica revolução. "O uso vai ser uma revolução nas nossas vidas. Para melhor, em muitos aspetos...No fundo, o euro vai exigir com o pacto de estabilidade, que o estado deixe de gastar muito mais, do que aquilo que recebe. Portanto, o défice público, o défice do orçamento vai tender a ser zero, a desaparecer."

Nas comemorações dos 25 anos de Maastricht, assinado a 7 de fevereiro de 1992, Cavaco Silva lembrava, em 2017, o tratado como o berço da moeda única. "Ficará na história da Europa comunitária na medida que aqui se deu inequivocamente um passo em frente e muito importante na integração europeia."

Augusto Santos Silva, membro dos governos de António Guterres, José Sócrates e atual ministro dos negócios estrangeiros do governo de António Costa lembrava, há cinco anos, o que faltava fazer para o euro ser em pleno a moeda da União. "Basicamente é completar o mercado único, designadamente na área do mercado digital, no mercado da energia, no mercado de capitais. Completar a união económica e monetária, designadamente a união bancária e também aperfeiçoar o espaço Shengen, de modo a garantir essa grande conquista de circulação livre no interior do grande espaço europeu."

Uma moeda que enfrentou crises internacionais, como a da dívida soberana na zona euro, mas que se afirmou no mercado monetário como a segunda mais importante nas transações cambiais, logo a seguir ao dólar e enfrenta, agora, novos desafios face à situação na Ucrânia.

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