Gonçalo Santos Andrade: "Esperávamos uma maior aposta no OE. Efeito das medidas é nulo"
Gonçalo Santos Andrade é o convidado desta semana da "Vida do Dinheiro".
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Presidente da associação "umbrella" das frutas, legumes e flores pede uma estratégia nacional para o regadio, decisões da PAC a 27, mais corporativismo no setor e "uma ministra que valorize o conhecimento dos agricultores". Afirma ainda que o PRR foi "uma desilusão" e lembra que o setor agroalimentar não é uma muleta do ambiente, mas fator de crescimento do país.
Gonçalo Santos Andrade é formado em Engenharia Agrícola. Tem 25 anos de experiência no setor agrícola e entre os vários cargos que acumula, renovou o mandato até 2023 como presidente da Portugal Fresh.
A associação para a Promoção das Frutas, Legumes e Flores de Portugal representa um setor que vale 3841 milhões (+ 17% face a 2020) e representa 40% de toda a atividade agrícola e viu as exportações subirem 2,1% no ano passado, ultrapassando pela primeira vez a barreira dos 1700 milhões de euros.
Este ano a meta é ultrapassar a fasquia dos 1800 milhões, apesar dos desafios de contexto e da necessidade deus plano de investimento para esta área de atividade poder crescer cinco vezes mais do que o nível atual.
Defensor da criação de "mini Alquevas", como a nova estratégia nacional para a gestão dos recursos hídricos que passe pelo regadio e previna os ciclos de seca que afetam o país, esperava mais do Plano de Recuperação e Resiliência e do Orçamento do Estado de 2022 para travar o impacto da escalada de preços e ajudar o sector a manter a competitividade face aos principais concorrentes no mercado internacional, como, Espanha e França.
O novo Orçamento do Estado (OE) para 2022 acaba de ser apresentado. As medidas trazidas são suficientes?
Nós ainda não saímos da crise pandémica que dura há dois anos. Depois tivemos uma seca extrema - com impacto algo diminuído no norte e centro pelas últimas chuvas, mas muito complicada ainda no sul. E neste tempo de pandemia os consumidores da União Europeia (UE) tiveram sempre acesso a produtos de elevada qualidade, altamente seguros e a preços acessíveis. Isso demonstra a importância do setor agroalimentar, que não parou. Nós esperávamos um reforço neste contexto tão complexo e desafiante que veio somar a tudo isto a guerra, que veio acrescentar aos problemas que já se sentiam: escalada gigante de preços nos fatores de produção, nas caixas para colocar os produtos, nos fertilizantes, na energia de combustíveis e transportes.
Esperava mais...
O que previa, até com a apresentação deste governo, que tem enorme força e nos dá a esperança de medidas concretas nos próximos quatro anos e seis meses era um reforço maior no Ministério da Agricultura e Alimentação - e esta mudança de funções foi importante, porque a alimentação é central. Temos de estar conscientes de que os produtos estiveram sempre acessíveis aos consumidores europeus, o que reforça a importância que a política agrícola comum (PAC) tem. O beneficiário principal da PAC é o consumidor. Antes dela, a maioria das famílias portuguesas tinha de investir 60% do orçamento familiar em comida, hoje não chega a 20%.
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Neste contexto tão difícil, esperávamos do governo uma maior aposta no OE. Todas as medidas anunciadas são bem vindas, mas a maioria são linhas de crédito ou isenção de taxas como o IVA - o que é bom para apoio à tesouraria, sobretudo para aliviar a questão dos stocks, porque há escassez de muitas matérias-primas -, mas em termos de resultados operacionais o efeito é praticamente nulo.
Outros países têm melhores condições?
Nós temos de comparar sempre a nossa situação com a dos principais concorrentes: Espanha, Itália e até França - e depois a outro nível, nas frutas conservadas como maçã e pera, os do Leste. As medidas têm de ser comparáveis para termos as mesmas armas e ferramentas para competirmos num mercado cada vez mais global.
E hoje são distintas?
Estamos com custos superiores nos combustíveis, na energia e mesmo em alguns fatores de produção - estando no extremo da Europa, somos prejudicados no transporte, que tem aqui muito peso. E o nosso custo de aquisição é maior do que os concorrentes do sul da Europa.
Que medidas adicionais seriam necessárias para concorrer em igualdade com essas empresas?
Nós defendemos mercado que funcione globalmente, mas num contexto de guerra tem de haver medidas específicas. Os agricultores de produções anuais, que neste momento estão em sementeira, não sabem quais serão os seus custos de produção porque desconhece-se como vai estar o custo dos combustíveis daqui a três ou quatro semanas. Um trator agrícola gasta 60 ou 70 litros por hora. É preciso ter estabilidade. O que defendemos são medidas transversais na UE a 27 para haver cada vez menos diferenças entre produtores, mas quando vemos em Espanha um desconto transversal de 20 cêntimos por litro em preços já mais baixos, ficamos muito preocupados. É muito difícil competir num mercado global.
O incentivo ao gasóleo com a majoração de 0,06 não satisfaz?
São medidas bem vindas, mas que nos deixam em menor ponto de competitividade com os espanhóis.
Quanto é que já subiram em média os custos dos produtores agrícolas por efeito da guerra?
No setor das frutas, legumes, plantas ornamentais e flores temos realidades muito diferentes, umas com muita mão-de-obra, outras com mais componente de maquinaria, outras de conservação com peso nas contas, portanto não há uma média, mas das conversas que temos tido com os subsetores, as contas de produção estão a subir entre 20% e 70%. E há custos muito complicados: os contratos de energia quadruplicaram em relação ao ano passado. Em contexto de guerra, temos de ter medidas muito excecionais - não queremos diferentes dos outros países, mas parecidas, para concorrer globalmente. Nas exportações, que chegaram a 1731 milhões num volume de negócios de 3841 milhões, o nosso principal mercado é Espanha: são 30%. É importante estarmos competitivos. E 81% destas exportações são para a UE a 27 - Espanha, França, Holanda, Alemanha e Reino Unido são os maiores. E a Alemanha é um caso interessante, porque em 2014 era o nono mercado dos nossos produtos e nós investimos na promoção da marca Portugal, mostrámos ao mundo na Fruit Logistica de Berlim, de que fomos parceiros em 2015, a diferenciação do nosso produto e essa posição subiu para quarto. Somos um país pequeno, por isso a diferenciação tem de ser pela qualidade, pelo serviço premium. E nestes dez anos de Portugal Fresh e principalmente desde 2015, são os próprios clientes a virem ter connosco e reconhecer a mais-valia do aroma, do sabor e dar cor dos nossos produtos, fruto da influência do Atlântico. Não somos o primeiro país a pôr produtos no mercado, mas somos os que durante mais semanas produzimos e isso é valorizado. Mas temos de ter visão global.
Já tem dados do 1.º trimestre?
Os dados que temos são de fevereiro, mas não gostamos de comparar anos porque é tudo diferente: em janeiro de 2021 esteve muito frio e com isso tivemos ótimas condições para diferenciação floral, foi um bom ano agronómico. Se compararmos homólogos dá-nos a leitura errada. O que posso dizer é que o nosso objetivo é passar pela primeira vez 1800 milhões nas exportações. E até 2030 ir além dos 2500 milhões. Isto é possível se houver, do governo, uma estratégia de reservas de água totalmente diferente.
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Diferente como?
Tem de haver uma aposta muito forte, para o setor ser competitivo. A agricultura não gasta água, usa-a e transforma-a em alimentos. Há que entender isto. Temos de produzir cada vez mais e a reserva de águas sobretudo superficiais é essencial. Temos o exemplo fantástico do Alqueva, hoje com reservas de 80%, e temos de o replicar, temos de ter nem que sejam míni-Alquevas e modernizar perímetros de rega com grande potencial agrícola dos anos 60 ou 70, que têm enormes perdas na rede de distribuição. A ambição do setor é enorme e temos condições de conseguir ter cada vez mais valor de produção, produzir mais, mas para isso há que haver políticas que permitam o crescimento.
Tendo em conta as pressões inflacionistas, há risco de falências e despedimentos?
Este setor é muito especial, não podemos ter lay-off, não podemos parar, precisamos das pessoas. A nossa preocupação é porém grande, porque este enorme aumento de custos vai implicar uma subida na cadeia de valor.
O custo chegará ao consumidor...
Necessariamente. Esperemos que não tenha de haver uma enorme inflação nos preços, mas terá de haver uma parceria grande de toda a cadeia agroalimentar: produtores, indústria e retalho. Uma remuneração justa aos produtores é cada vez mais crucial, porque sem ela haverá falências, são menos agricultores para produzir. A estratégia da Eu tem de ser cada vez mais uma aposta a 27 na produção de alimentos e com menor dependência da importação de países terceiros. Isso só se consegue com um plano muito forte a nível da escala e da dimensão da oferta.
E o que o impede?
Muitas vezes, limitamos os tetos de investimento das empresas de uma forma que acho totalmente errada. A UE fala muito de algo que eu também defendo: precisamos de concentrar oferta e aumentar a escala das empresas. Mas quando ela existe, as empresas perdem acesso aos apoios para investimento. Eu defendo muito a concentração de oferta para haver poder negocial com indústria e retalho, haver menos empresas, mais organizadas. É importante apoiar os pequenos agricultores desde que estejam numa estratégia conjunta, ou seja, devem ser apoiados através das associações de produtores para maximizar o valor da comercialização e a remuneração ser também máxima. Mas para isso é preciso políticas concretas. Em Portugal, só 25% do valor das frutas e legumes passa por organizações de produtores; a média europeia são 50% e em países como a Bélgica são 90%. Quando esses países querem valorizar produtos e defender produtores, têm o trabalho facilitado, porque as indústrias e o retalho para aceder ao produto têm de se entender com essas estruturas. Nós gostamos muito do nosso cantinho, mas temos de ter uma visão global do mercado. Portugal tem 2% dos consumidores da UE, o nosso mercado local tem de ser Lisboa-Helsínquia: aquele em que em apenas horas conseguimos pôr os nossos produtos, com ambição de ter um setor que baseia o crescimento no conhecimento e inovação, sem radicalismos.
Fala de radicalismos ambientais?
Quando dizemos que queremos uma agricultura mais verde e sustentável, isso é muito bonito mas temos de perceber que os agricultores têm de ter equilíbrio entre os pilares de sustentabilidade ambiental, social e económica. Quanto mais fortes forem os agricultores economicamente, mais defenderão o ambiente e a diversidade. Temos de ver uma coisa: todos os anos são emitidos no mercado global mil milhões de toneladas de gases com efeito de estufa. A UE é responsável por 8% e a agricultura da UE nem chega a 20% dessa fatia de 8%. Estamos a falar de 1,6% de contribuição para as emissões. Com o adequado equilíbrio dos três pilares, temos de produzir mais, temos de reforçar a produção de alimentos, sem esquecer a parte social. A Europa tem de se preocupar também com a retirada de produtos dos mercados, que muitas vezes vão para os bancos alimentares e permitem que quem não tem acesso tenha produtos seguros, saudáveis e distribuídos. Isto só é possível com estratégias a nível europeu e medidas em Portugal equivalentes às dos concorrentes.
Falta-nos corporativismo?
Falta. Nós na Portugal Fresh demos um passo de gigante em 2010, quando os produtores de pera e maçã viram que não podiam representar o país em 10 ou 15m2 nos maiores eventos internacionais. Ainda agora tivemos em Berlim um stand de 300m2, uma representação digna, com diversidade de produtos enorme, com cor, sabor e aroma. Olhando as exportações de 1731 milhões, os reis hoje são os pequenos frutos, com 250 milhões, seguidos de tomate transformado, citrinos, maçãs e peras e frutos secos. Esta aposta na notoriedade e cooperação e na diversidade é muito importante; irmos às feiras com participações em conjunto.
E como correu em Berlim?
Faltava um terço dos expositores mundiais habituais e sentimos muita falta dos compradores asiáticos, por causa da pandemia, mas temos missões empresariais planeadas para os países nórdicos e bálticos, Tailândia, Índia - todas estas ações têm extrema importância porque o consumo global de frutas e legumes de 2015 a 2030 estima-se que mais que duplique, de 2,1 triliões de euros para 4,8 triliões, com uma alocação das compras no mapa completamente diferente, fruto da demografia de Ásia e África que cresce a um nível muito interessante. E a Europa, embora diminua em percentagem, aumenta em valor até pelo hábito dos consumidores, as novas gerações. Os millennials serão mais de metade da força de trabalho do mundo em poucos anos e vão determinar a forma de vender, temos de nos preparar para vender muito no online. Em 2015, o online era 1% das compras mundiais, mas deve chegar a 10% nesta década. Temos de nos adaptar ao novo mundo.
Nessa adaptação, o PRR tem capacidade para acolher a transformação que se pede ao setor, nomeadamente na digitalização?
Eu quando assisti à apresentação do plano estratégico de Costa Silva (agora ministro da Economia), fiquei com grande esperança, pela dimensão da ligação na ferrovia, pelo melhoramento dos portos, pelo virar ao mar e a novos mercados, até a nível da água, com o plano regional de eficiência hídrica do Algarve, a alocar 200 milhões a uma excelente medida. O PRR foi uma autêntica desilusão, porque dá pouca importância às empresas. E nós precisamos muito, até para a digitalização.
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Organizámos com a PortugalFoods e a ViniPortugal, duas Portuguese Agro Food Summits em que tivemos na plataforma digital compradores de mais de 60 países. Nós precisamos muito do contacto na venda. Os ibéricos precisam disso. Temos uma ligação quase familiar com os clientes que implica contacto presencial. Mas o digital vai fazer-nos evoluir muito e já traz enormes benefícios, como mais dados ou conseguir controlar que plantas tratar no campo. A robotização é importantíssima mesmo a nível das centrais de concentração da oferta e normalização dos produtos.
Outro exemplo: a nível da água superficial para múltiplos fins, a agricultura tem um papel essencial na ocupação de territórios de baixa densidade, podemos ocupar esses territórios. Mas as novas gerações não se convencem a ir para o interior sem 5G. Tem de haver uma estratégia global de atratividade para haver coesão territorial e ocupação destes territórios, maximizando a nossa economia. Portugal não é rico e tem de se agarrar a estes clusters e oportunidades para reforçar o potencial económico. Precisamos de setores que sejam o motor económico do país, como acredito que o agroalimentar tem sido, tem puxado pela economia. Espero que de uma vez, após esta pandemia, isso seja reconhecido e nos vejam como estratégicos.
Ao nível do comércio mundial, Portugal pode apresentar-se como alternativa em segmentos como os cereais, para responder à escassez de bens, provocada pela guerra da Ucrânia, tida como um dos grandes celeiros da Europa?
Eu falo mais do setor que conheço melhor, as frutas, legumes e flores. Acho que temos de olhar estrategicamente a UE a 27 e Portugal deve apostar nos setores em que for mais competitivo. A CAP e associações dos cereais entregaram um plano para estratégia de cereais do país em que Portugal tem autonomia mínima, e bem. Mas temos de ter a visão da UE a 27. Por isso digo que o nosso mercado é o europeu, é o nosso circuito curto. O mercado interno é importantíssimo, temos aqui grandes parcerias e vendemos grande parte da produção, mas temos de olhar cada vez mais para fora para crescer e valorizar os nossos produtos. Evidentemente melhorando a nossa balança alimentar, que no nosso setor está nos 92%, ou seja, não temos equilíbrio.
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Os 90 sócios da Portugal Fresh, marca umbrela das Frutas, Legumes e Flores, representam mais de 4500 produtores. Tem investido 1 milhão /ano na produção e esforço de fazer crescer as exportações. Que planos de atuação tem a associação passada uma década da sua criação e com o seu mandato renovado até 2023?
Temos investido 1,5 milhões em programas, alguns são de dois anos. Ou seja, investimos em promoção 800 mil euros para exportar 1700 milhões. Devemos ter a humildade de olhar outros setores que estão melhor do que nós, como o dos vinhos, que investe 7 milhões/ano e exporta não chega a mil milhões, ou o calçado que exporta quase o mesmo que nós e investe nisso 20 milhões/ano. Temos de alavancar o valor de promoção do setor, multiplicar por cinco ou seis o que investimos em produção. Dirá que 1 euro investido por nós tem mais retorno. Concordo, mas não chegamos aos mercados todos. Quando falo na Índia ou na China, temos de repetir muitas vezes porque cada um desses países tem vários mercados. Mas definimos metas concretas: em 2030 queremos estar na média europeia da produção organizada, aumentar exportações aos 2500 euros, manter a tendência de aumento de consumo de frutas e hortícolas nacionais - esse é um ponto interessante mesmo para a saúde dos consumidores. E nós temos vantagem da apetência natural das novas gerações para isso, têm muito cuidado com a alimentação, exercício e temos aqui grande parceria. Por outro lado o equilíbrio da balança alimentar: queremos até 2030 ter exportações a passar as importações.
Tem acompanhado de perto o GreenDeal europeu? Que ponto de situação faz?
Neste momento, a Comissão estará a entregar a resposta ao PEPAC que Portugal entregou no final do ano e nós temos de refletir no que vai ser esta ambição de sermos líderes no combate às alterações climáticas, que todos parabenizamos mas implica cuidados. Estamos num contexto totalmente diferente do de há um ano e há que olhar o tema com o equilíbrio adequado - que na minha opinião não o era -, pesar sustentabilidade ambiental, social e a económica. Se qualquer destes pés quebra, o resto não funciona. O pacto ecológico europeu, o Green Deal, a estratégia Farm to Fork têm de se refletir estrategicamente à luz do contexto atual.
A autogeração energética pode ter um papel determinante?
É um dos caminhos em que a UE quer apostar fortemente - mas é preciso que não sejam estabelecidos tetos de investimento nacionais que vão prejudicar algumas empresas que aqui têm grande dimensão mas estão longe da média europeia. Nós aqui temos faturações de 5 a 25 milhões de euros nas organizações de produtores, são raras as que faturam acima de 40 milhões. Mas na Europa é comum ver estruturas com mais de 400 milhões, há algumas em Espanha com 800 milhões. Para chegar a essas realidades precisamos de incentivos a nível nacional que não limitem tetos de investimento. Hoje estamos a alimentar 7,9 mil milhões de pessoas mas em 2030 teremos 8,5 mil milhões para abastecer.
O que vai pedir à ministra Maria do Céu Albuquerque na próxima reunião?
Tivemos uma reunião com a Portugal Foods e a ViniPortugal na segunda-feira e partilhámos com a ministra as nossas preocupações com o contexto e a necessidade de ferramentas idênticas às de outros países e de uma estratégia muito forte a nível da água, do regadio, que nos permita condições para aumentar a produção. Precisamos de uma ministra que tenha em conta os nossos inputs e valorize o conhecimento que os agricultores têm para conseguirmos construir o sucesso.
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E o Ambiente é um aliado ou um opositor?
Neste momento vejo-o como um aliado. O governo foi fortemente reforçado com a votação que teve, não depende de acordos com outros partidos, não há desculpas. E estamos disponíveis para trabalhar como parceiros para construir um futuro melhor para Portugal.
Com o anterior ministro não era tão fácil?
Ainda não conheço o novo, mas acredito que a agricultura não pode ser uma muleta do Ambiente, merecemos o nosso espaço. Tem de haver pontes de entendimento mas temos de ser respeitados e o setor deve ser altamente responsável. Os agricultores são os melhores amigos do Ambiente, não haja dúvidas.
