Em todo o país serão mais de 1200, e no Algarve perto de 70 de profissionais não veem qualquer retoma no setor.
Se nalguns pontos de Portugal ainda houve alguns nichos de mercado e foi possível fazer visitas guiadas, na região Sul a maior parte dos guias-intérpretes está há vários meses sem rendimento.
Quando começou a pandemia estiveram parados, e, em julho e agosto, os turistas preferem sol e praia ao invés de visitarem zonas históricas ou monumentos. Nesta altura, quando podiam ter alguma retoma, não veem qualquer luz ao fundo do túnel devido aos constrangimentos do setor.
"Não podemos andar na rua com mais do que um determinado número de pessoas, até agora 20, mas a partir de dia 15 de setembro apenas dez", lembra Cristina Marreiros. A presidente da Associação de Guias Intérpretes do Algarve (AGIGarve) lembra que há muitos monumentos que alteraram a política de visitas e não permitem a entrada de muitas pessoas, o que não facilita a entrada de grupos organizados. "Alguns grupos [de turistas] acabaram por não vir", lamenta. Sem trabalho desde outubro/novembro do ano passado, Cristina Marreiros sublinha que, para além das dificuldades financeiras, estes profissionais, que estão habituados a andar na rua e a contactar com muitas pessoas, estão também a passar por momentos difíceis a nível emocional.
A associação faz uma analogia, comparando o turismo com o Titanic. "De repente, apareceu o icebergue Covid-19 e o barco começou a meter água, ameaçando ir ao fundo", diz a associação na carta. "Começam a preparar-se os botes salva-vidas mas só dão para alguns", adiantam, lembrando que o turismo contempla várias atividades e a sua é das mais atingidas.
A responsável da AGIGarve salienta as incoerências na lei, a começar pelo transporte de turistas permitido nos autocarros. "No autocarro respiramos todos o mesmo ambiente e depois num espaço aberto não podemos fazer uma visita guiada com essas pessoas", refere indignada.
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