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É de manhã cedo e as filas já se formam num posto de combustível à entrada de Faro. Na quarta-feira, neste posto, já faltou a gasolina, mas, um dia depois, tudo foi reposto e muitos automobilistas aproveitam para atestar depósitos.
Alguns estão a passar férias, mas muitos encontram-se a trabalhar, e esses desesperam com a demora."Isto é impossível. Queremos trabalhar e não podemos", lamenta-se Manuel Abreu. É vendedor e conduz uma carrinha de serviço. Considera que as 22 bombas da rede de emergência determinadas para o Algarve pela Entidade Nacional para o Setor Energético (ENSE) não chegam para a quantidade de pessoas que se encontra na região."Em dois dias, vai-se esgotar", vaticina.

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Ao lado, outra condutora está expectante em relação à greve, mas, pelo sim, pelo não, aproveita para encher o depósito do carro."Vamos ver o que isto vai dar para a próxima semana."
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Ouça a reportagem da jornalista Maria Augusta Casaca
Sérgio também está na fila para abastecer o automóvel, mas em casa tem gasóleo de reserva."Já tenho jerricãs feitos desde há duas semanas", conta. Este automobilista mostra-se solidário com a greve. Diz perceber a luta dos camionistas e questiona: " Porque é que os políticos não fazem greve?"

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E dá logo a resposta: "Além de ganharem bem, se fizerem greve, não causam mossa nenhuma à sociedade." Mas, de acordo com este automobilista, "a união dos motoristas de pesados está a causar este impacto, por isso deve existir um equilíbrio maior na sociedade em termos de remuneração".
