João Ferreira quer fim de "mentira" sobre razão para pensões não terem aumentado

João Ferreira acusou o PS de transformar o aumento das pensões "em promessa eleitoral, usando os pensionistas como arma de arremesso".

O dirigente comunista João Ferreira defendeu que é necessário acabar "com a mentira" de que as pensões não aumentaram em janeiro por causa da rejeição do Orçamento do Estado, culpabilizando o "cálculo eleitoralista" do PS.

No último comício de pré-campanha para as eleições legislativas de 30 de janeiro, João Ferreira disse alto e bom som a todos os apoiantes da CDU que encheram o Fórum Lisboa que "é no mínimo escandaloso" que o Governo socialista tenha "deixado cair" o aumento extraordinário das pensões "exigido para janeiro pela CDU".

"Preferiu transformá-lo em promessa eleitoral, usando os pensionistas como arma de arremesso", completou.

E continuando nesta temática, o membro da comissão política do Comité Central do PCP disse que era necessário repor a verdade.

"Não foi a não aprovação do Orçamento do Estado, e é bom que se desfaça de uma vez esta mentira, que adiou o aumento extraordinário das pensões que devia ter tido lugar em janeiro. Foi o cálculo eleitoralista do PS, sempre a pensar nas eleições, em vez de pensar nas soluções", apontou João Ferreira.

A não aprovação ou implementação de soluções que os comunistas consideram ser prementes para solucionar os problemas do país foi um tópico recorrente durante o discurso de quase 25 minutos, amplamente aplaudido pelos apoiantes.

Da habitação ao aumento dos salários mínimo e médio, passando pela revogação da contratação coletiva, João Ferreira colocou o PS debaixo de fogo, mas teve de dividir os aplausos com Alma Rivera.

A jovem deputada comunista não dramatizou, mas colocou uma escolha simples aos eleitores: votar no PS e na direita e já saber com o que contar ou votar na CDU, que disse estar sempre do lado dos trabalhadores.

Estas eleições, acrescentou, são também uma luta "contra a resignação e contra a bipolarização", assim como pelo "reconhecimento de direitos e contra todas as discriminações".

Tanto no discurso dirigente comunista como no de João Ferreira o dedo esteve apontado ao Governo liderado por António Costa e ao grupo parlamentar do PS, que reivindicam louros por propostas apresentadas pelos comunistas, apesar de não terem permitido que se fosse mais longe.

Os dirigentes comunistas João Ferreira e João Oliveira substituem provisoriamente o secretário-geral do PCP na campanha para as eleições legislativas, enquanto Jerónimo de Sousa recupera de uma operação de urgência à carótida interna esquerda a que foi submetido na quinta-feira.

Nas legislativas de 2019, a Coligação Democrática Unitária (CDU) - que integra o PCP, o PEV e a Associação Intervenção Democrática - elegeu 12 deputados (10 do PCP e dois do PEV) e obteve 6,33% dos votos, ou seja, 332.473 votos (de um total de 5.251.064 votantes), menos 113.507 do que em 2015, de acordo com o Ministério da Administração Interna (MAI).

A campanha eleitoral para as legislativas antecipadas de 30 de janeiro vai realizar-se entre 16 e 28 de janeiro, de acordo com a lei e o calendário definido pela Comissão Nacional de Eleições.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, dissolveu o Parlamento e convocou eleições antecipadas na sequência da rejeição na generalidade da proposta de Orçamento do Estado para 2022.
LEIA AQUI TUDO SOBRE AS ELEIÇÕES LEGISLATIVAS

Mais Notícias

Outros Conteúdos GMG

Patrocinado

Apoio de