Lançamento do maior concurso de sempre na CP "não é eleitoralismo, é trabalho"

Pedro Nuno Santos defende, no Fórum TSF, que continuam a ser dados passos no sentido de melhorar a ferrovia, e que isso não é feito para ganhar eleições, mas para continuar um projeto que se previa ser concluído com a legislatura levada até ao fim.

Pedro Nuno Santos descarta que seja "eleitoralismo" o lançamento do "maior concurso de sempre" lançado pela CP, para aquisição de 117 automotoras elétricas. No Fórum TSF, o ministro das Infraestruturas e da Habitação argumentou que os 117 novos comboios foram anunciados há muito tempo, e que nesta terça-feira apenas será lançado o concurso, pelo que esta "não é uma questão de eleitoralismo", mas de "trabalho".

"Não estamos a anunciar nada. Nós fomos anunciando, e as coisas estão organizadas. Também não era expectável sequer que o nosso Governo caísse já, portanto, estamos a meio da legislatura e tínhamos um trabalho para fazer." O governante realçou, no entanto, que este dia marca "um momento muito importante na ferrovia portuguesa", e, sobretudo, "mais um passo na revolução" da rede ferroviária nacional, que volta a colocar os comboios no centro da política de transportes.

Admitindo que há "alguns atrasos identificados", Pedro Nuno Santos salienta, contudo, que tem sido feito um investimento no material circulante. "Temos comboios com 50 e 60 anos a circular em Portugal, tínhamos dezenas e dezenas de comboios encostados..." A ideia agora é prover 55 comboios ao serviço urbano e 67 à rede regional, "substituir material obsoleto e reforçar a oferta", já que o "o comboio é um meio de transporte do futuro", justifica o ministro, que considera que o investimento no automóvel é excessivo.

Integração de produção nacional

O representante da pasta das Infraestruturas adianta ainda que esta é uma nova forma de fazer encomendas públicas, implicando que, já que há a compra, o objetivo é que isso tenha consequências na indústria nacional. "Neste concurso, são dados vários estímulos, vários incentivos a que a produção seja feita em Portugal, ou, pelo menos, incorpore uma grande componente nacional. Esse é um dos nossos grandes objetivos."

"Em Portugal, nós temos empresas capazes de fazer quase tudo de que um comboio precisa. Nós temos é de dar os incentivos a que os construtores, os fabricantes, mundiais sintam a necessidade de fazer investimento em Portugal se quiserem ganhar o concurso. A oficina é mais um desses incentivos."

Pedro Nuno Santos quer que os fabricantes sintam que devem investir em Portugal para efetivarem a compra, e defende que, já que a fábrica tem de ser usada para a manutenção, deve ainda ser utilizada para a produção. "Quem tiver mais tarefas em Portugal tem mais vantagens no mundo inteiro", explica o governante.

Além de almejar que a indústria portuguesa possa entrar n"um setor que está em crescimento no mundo inteiro", Pedro Nuno Santos também faz outros anúncios: "Neste momento, estamos a fazer um investimento para eletrificar toda a rede ferroviária. Estamos a construir uma nova linha, o corredor Sul, que vai ligar Madrid a Lisboa, bem como novas linhas Porto - Lisboa e Porto - Vigo."

"Não nos passa pela cabeça que o próximo Governo interrompa este processo"

O ministro garante que não espera que o Executivo que substitua o atual Governo "interrompa este processo" de melhorias na rede ferroviária, e lembra que "andámos a desinvestir na ferrovia, a fechar linhas", durante anos. Apesar de reconhecer que há muitas queixas quanto ao transporte ferroviário, afirma: "Finalmente estamos a investir a serio na ferrovia."

Pedro Nuno Santos antecipa, para os próximos anos, um reforço da capacidade prevista dos comboios nas grandes áreas metropolitanas. De "seis comboios por hora a vir de Sintra" espera passar para o cenário de "12 comboios por hora na linha de Sintra". Há muito trabalho e muitos anos pela frente, alerta o governante.

O "maior concurso de sempre" lançado pela CP deve ser cincluído no final de 2022, quando a fabricante iniciará a construção.

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