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O ministro das Finanças, João Leão, revelou a intenção de o Governo negociar um aumento do salário mínimo nacional em sede de concertação social, referindo que esse passo será de grande importância para o aumento dos rendimentos dos trabalhadores.
"A nossa intenção é, no próximo ano prosseguir com o diálogo que tem de ser feito na Concertação Social, com o aumento do salário mínimo e que haja um aumento com significado", disse em entrevista à RTP.
João Leão considera que "deve haver margem para um aumento do salário mínimo com algum significado e é importante não só para a melhoria do rendimento desses trabalhadores, mas também para criar expectativas de evolução desse rendimentos".
Em reação à entrevista do ministro, o economista João Duque entende que ficou por explicar como é que as empresas podem aumentar o salário mínimo nas circunstâncias que o país vive devido à pandemia da Covid-19.
"Vamos ver se as empresas conseguem pagar... preferia que o ministro começasse por afirmar como é que vai estimular as empresas para recuperarem rapidamente e então sim, sem dúvida nenhuma, aumentar o salário mínimo nacional", admitiu o economista.
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Para João Duque, "esta preocupação está na ordem do dia porque o apoio ao Orçamento está a ser negociado".
Depois de fazer contas, o economista explica as opções para o aumento: "Ou atualizamos pelo inflação que tem sido muito baixa - em 2019 estamos a falar de valores na ordem dos 0,3/0,2 e estaríamos a falar de um aumento de 1,4 euros por mês ou 2,16 euros por mês".
A outra opção seria a produtividade. "Quando atendemos à produtividade do fator trabalho, Portugal aumentou a produtividade e se quiser aumentar o salário mínimo com aquilo que são dados que têm sido públicos, com base na previsão, estamos a falar de valores entre 2 / 3 %, o que atiraria atualização para um valor entre 10 a 20 euros", explica.
Contudo, com ou sem aumento, João Duque realça que o "problema" não é propriamente no salário e dá como exemplo o turismo. "Não há turismo, não há receita, aumentem o salário mínimo para agradar aos trabalhadores ou não aumentem, muitos destes trabalhadores vão ficar no desemprego", concluiu.