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Em Torres Vedras, a expectativa é alta: em ano de centenário do já famoso carnaval, a organização espera a visita de mais de meio milhão de pessoas e o clima já é de ansiedade.
Rui Penetra, presidente da empresa organizadora, PromoTorres, assinala quem 2020 o número de foliões "já rondou os 500 mil" e este ano devem ser ainda mais, em especial após a pandemia de Covid-19 ter obrigado a cancelar as duas últimas edições das festas.
"Faz com que o desejo de voltar à rua e celebrar o Carnaval na rua em conjunto aumente, sentimos que as pessoas estão muito ansiosas para que o Carnaval chegue", desejo que se alia aos festejos do centenário, que arrancam a 17 de fevereiro de 2023 e só terminam a 14 de fevereiro de 2024, já no Carnaval do próximo ano.
Depois dos anos da Covid-19, "as pessoas estão muito ansiosas para que o Carnaval chegue".
À espera de tamanha afluência, a organização e a câmara entenderam "criar um posto médico avançado" para dar resposta ao número de visitantes, já que "naturalmente o hospital e o centro de saúde não estão preparados para receber tanta gente num tão curto espaço de tempo".
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Este posto médico avançado vai ser instalado no pavilhão da Expotorres, com médicos, enfermeiros, equipamento de suporte avançado de vida, trauma e pequena cirurgia, além de 32 camas, no âmbito de uma parceria com a Cruz Vermelha Portuguesa.
Cinco equipas de socorrismo vão estar espalhadas pelo recinto do evento nas noites de maior afluência (sábado, dia 18, e segunda-feira, dia 20), sendo reduzidas a três nas restantes.
Também para prestar assistência aos visitantes do Carnaval, os bombeiros locais vão ter disponíveis sete equipas diurnas e três noturnas, reforçadas por três ambulâncias de outras corporações vizinhas para assegurar o transporte para hospitais fora do concelho.
Quanto à segurança, vai ser reforçado o sistema de videovigilância, com 16 câmaras espalhadas pelo recinto, e a PSP vai ter um dispositivo de meio milhar de agentes e 40 viaturas nos vários dias.
Mas, afinal, que centenário se festeja em Torres Vedras em 2023? Mais do que o do início das celebrações, explica Rui Penetra, é o do aparecimento dos reis do Carnaval.
"As brincadeiras e as celebrações são anteriores a 1923, em bom rigor", mas foi há cem anos que "surgiu o rei do Carnaval, um homem", e depois em 1924 "surgiu a rainha do Carnaval, também um homem".
Ricardo e Fernando são os reis da edição 2023.
Estabelece, assim, a tradição torreense que o rei e a rainha são "dois ilustres foliões" e este ano não será diferente: este ano as honras cabem "ao Ricardo e ao Fernando".
"São duas figuras desconhecidas do grande público, mas são dois foliões toreenses muito reconhecidos pelo que dão ao carnaval de Torres Vedras", este ano cabeças de cartaz da edição com o maior orçamento de sempre: cerca de 930 mil euros, mais 130 mil do que em 2020.
Com o tema do centenário dos festejos, o Carnaval arranca no dia 17 com o corso escolar, com nove mil crianças e jovens, de manhã, e a chegada e entronização dos reis acompanhada de um espetáculo multimédia alusivo à data, à noite.
Regressam os habituais corsos diurnos e noturnos, em que desfilam seis carros alegóricos, conhecidos pela sátira político-social, e milhares de foliões mascarados espontâneos, muitos dos quais disfarçados de matrafonas (homens mascarados de mulheres), como é típico no concelho.
O evento volta a ter quatro palcos de animação noturna ao ar livre, onde atuam os artistas Miguel Bravo, no dia 18 (sábado), e Ruth Marlene, no dia 20 (segunda-feira), além de vários DJ, até às 04h00, continuando a animação até de manhã nos bares e discotecas da cidade.
Em março, o Carnaval de Torres Vedras, conhecido como "o mais português de Portugal" por manter as tradições do entrudo português, foi inscrito no Património Cultural Imaterial Nacional.
Nos últimos anos, o evento tem atraído cerca de meio milhão de visitantes nos cinco dias em que ocorre e gerado receitas de cerca de 10 milhões de euros na economia local.