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Apesar de o Governo considerar "historicamente elevado" o crescimento de 4,9% do PIB e uma descida do défice para 1,9% este ano, é o valor de inflação previsto nos 4% que João Loureiro, professor de economia da Universidade do Porto, realça da proposta do OE 2022, não vendo outras alterações significativas.
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Ouça aqui as declarações de João Loureiro, professor de Economia da Universidade do Porto, sobre o OE 2022.
A revisão em baixa face aos 3,2%, previstos em outubro, mantém a meta inscrita no Programa de Estabilidade 2022-2026, mas a alteração do quadro macroeconómico face ao impacto do aumento dos preços da energia traz alguma perca de rendimento.
Para este especialista, quando este novo orçamento entrar em vigor, a meio do ano, previsivelmente até junho, já passaram 5 meses e praticamente metade da sua execução está feita e será compasso de espera até se saber quais as novas medidas de Bruxelas.

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Face ao cenário de incerteza, permanece a dúvida sobre a continuação do aumento da inflação e quanto tempo irá persistir, depois permanece uma incógnita sobre o que vão ser as novas medidas do banco central europeu que seguramente vão ter que ser postas em prática e vai haver políticas restritivas, os juros vão subir e haverá contração de compra de divida publica por parte do BCE, que provavelmente irão ter impacto económico nas economias dos países da zona do Euro e nesse compasso de espera, chegaremos a outubro quando o executivo terá que apresentar um novo orçamento para o próximo ano e não haverá tempo sequer para apresentar um eventual orçamento retificativo, porque iria coincidir com as datas legais de apresentação do OE de 2023.
Para já, o Governo cortou em 0,1 pontos percentuais para 4,9% o crescimento do Produto Interno Bruto, face ao Programa de Estabilidade.
A previsão significa uma ligeira revisão em baixa face ao cenário macroeconómico do PE para o período 2022-2026, divulgado em 28 de março, que apontava para um crescimento de 5% em 2022, e de 5,5% da proposta do OE2022 chumbada em outubro.
O documento prevê ainda que o rácio da dívida pública caia para 120,7% do PIB este ano, menos 0,1 pontos percentuais do que o previsto no Programa de Estabilidade 2022-2026, o que significará uma redução face aos 127,4% registados em 2021.