"Não queria ofender os empresários portugueses"

Augusto Santos Silva não queria ofender os empresários quando disse, sexta-feira, que "é fraquíssima" a qualidade da gestão em Portugal. O ministro pede desculpa, mas reafirma que em algumas áreas há problemas.

Os últimos dias de 2019 ficam marcados pela polémica que envolve o ministro dos Negócios Estrangeiros e a CIP (Confederação Empresarial de Portugal). Em causa está a afirmação de Augusto Santos Silva de que um dos principais problemas das empresas portuguesas é a fraquíssima qualidade da sua gestão.

Os patrões portugueses não gostaram da crítica e acusaram o ministro de fazer afirmações infundadas e injustas típicas de de quem vive em ambientes palacianos.

Ouvido pela TSF, Augusto Santos Silva admite que as suas palavras tiveram uma leitura exagerada e que nunca foi intenção do ministro ofender os empresários portugueses, "se o efeito é esse, que não foi o pretendido, só tenho que me penitenciar", garantiu.


O ministro dos Negócios Estrangeiros admite que não voltaria a utilizar as mesmas palavras, mas garante que há problemas que não podem ser disfarçados e insiste na necessidade das empresas contratarem gestores qualificados. "Eu e a CIP convergimos num ponto que é o de que devemos e podemos melhorar a gestão das empresas portuguesas, e a contratação dos quadros qualificados é um dos melhores caminhos para o fazer".

"Devemos reconhecer os nossos problemas e não disfarçá-los, e todos sabemos que temos vários problemas que dificultam o desenvolvimento das empresas industriais portuguesas. Eu falava para e com doutorados residentes no estrangeiro, na sequência de intervenções, em que algumas das quais manifestavam a deceção de que quando procuravam emprego em Portugal recebiam propostas na ordem dos mil euros", acrescentou o ministro.

A polémica estalou na passada sexta-feira quando durante um encontro, em Coimbra com quadros portugueses no estrangeiro, considerou que o problema principal das empresas portuguesas "está na sua descapitalização", com uma banca nacional "que só gosta de emprestar dinheiro para compra de casa", acrescentando que a segunda fonte de problemas é a "fraquíssima qualidade" da gestão das empresas.

A CIP não gostou das críticas e pela voz de António Saraiva acusou o ministro dos Negócios Estrangeiros de "denegrir injustamente" a imagem dos empresários.

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