- Comentar
A Prio anunciou esta sexta-feira que deixou de considerar como parte dos seus fornecedores e de adquirir quaisquer produtos a empresas russas ou diretamente relacionadas até estabilização do conflito na Ucrânia.
"A partir de hoje de manhã e até estabilização da situação no terreno, a Prio deixou de considerar como parte dos seus fornecedores e de adquirir quaisquer produtos a empresas russas ou diretamente relacionadas, como fazia no passado", afirmou a empresa num comunicado.
A Prio sublinha que "este é um gesto contra a guerra e contra um regime, e nunca contra um povo", afirmando estar solidária "com o povo ucraniano e com o povo russo, ambos primeiras vítimas inevitáveis deste conflito".
O administrador da Prio, Emanuel Proença, revela as razões desta tomada de posição.
Subscrever newsletter
Subscreva a nossa newsletter e tenha as notícias no seu e-mail todos os dias
A empresa recorda que, em 2021, transacionou com empresas da Rússia ou diretamente relacionadas, cerca de 20 milhões de euros de equipamentos, combustíveis e matérias-primas para biocombustíveis avançados ultrassustentáveis, "valor equivalente a sensivelmente 2,5% das suas compras ao longo do ano".

Leia também:
Explosões ouvidas em Kiev e Kharkiv. Voo de apoio a portugueses esta segunda-feira
"Face à invasão russa do território ucraniano já considerado por diversos membros da ONU como um golpe injustificado à paz e à segurança na Europa e um atentado para com a integridade territorial e soberania da Ucrânia, a Prio não quer deixar de dar o seu pequeno contributo para a paz neste continente, através da aplicação, à sua modesta escala, das sanções económicas que tem na sua mão impor à economia russa", vinca.
Vendas a russos representam cerca de 20 milhões de euros.
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocaram pelo menos mais de 120 mortos, incluindo civis, e centenas de feridos, em território ucraniano, segundo Kiev. A ONU deu conta de 100.000 deslocados no primeiro dia de combates.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa "desmilitarizar e desnazificar" o seu vizinho e que era a única maneira de o país se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário, dependendo de seus "resultados" e "relevância".
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), União Europeia (UE) e Conselho de Segurança da ONU, tendo sido aprovadas sanções em massa contra a Rússia.