Salário mínimo no grupo hoteleiro Vila Galé sobe para 900 euros

O grupo explicou que esta política salarial só é possível devido ao "excelente" resultado em 2022.

O grupo hoteleiro Vila Galé, um dos maiores grupos hoteleiros portugueses, com 1350 trabalhadores, anunciou um aumento médio dos salários na casa dos 11%.

Com 27 hotéis em Portugal, o grupo adianta aos jornalistas que esta política salarial só é possível devido ao "excelente" resultado em 2022, que aponta para uma receita de 135 milhões de euros, um aumento de 17,5%, face a 2019 (pré pandemia).

Para o presidente executivo do grupo, Gonçalo Rebelo de Almeida, "temos o objetivo de o mais rapidamente possível ultrapassar a barreira dos mil euros de salário mensal mas todos os anos temos que olhar para os resultados".

Só para aumentos de salários este ano "vão ser perto de 4,5 milhões de euros de investimento adicional e temos que manter a saúde financeira da empresa para que seja possível fazer este aumento salarial no futuro", defende.

Assim, "é preciso sempre ter consciência que esta é uma medida que tem que ser analisada ano a ano, em função dos resultados e das previsões: Não se pode obrigar que todos os anos se apliquem 11% de aumentos. Este ano os resultados de 2022 permitem-no e as perspetivas de 2023 também", argumenta Gonçalo Rebelo de Almeida.

Para o presidente executivo do Vila Galé, "estamos conscientes que a realidade salarial em Portugal ainda é baixa face às condições de vida e ao custo de vida. Eu acho que cabe às empresas dar o pontapé de saída, admito que nem toda o possam fazer, mas aquelas que o possam, eu acho que é de fazer este investimento porque acreditamos que ele também será recompensado, quer do ponto de vista da retenção quer do ponto de vista da disponibilidade e produtividade dos colaboradores".

O grupo Vila Galé assume um bom ano de 2022, quer em receitas quer em ocupação com 670 mil clientes dos quais 53% foram portugueses.

Quanto ao ano em curso: "Não acho que vá haver crescimento face a 2022 mas nós acreditamos na manutenção dos resultados em 2023 face aos de 2022, mesmo com o impacto da inflação", sublinha.

A inflação galopante gerou aumentos de despesa na ordem dos 22% na parte alimentar e a fatura de gás duplicou de preço. Mas em 2023 "os preços já não vão descer; aquilo que subiu subiu. Não acredito que os preços vão baixar nos artigos que aumentaram mas não vai continuar a haver a escada de preços que aconteceu em 2022. Eu estou convencido que a inflação tem tendência a estabilizar".

Mas para Gonçalo Rebelo de Almeida, há um fator de alerta no mercado de turistas portugueses que vão ter menos dinheiro disponível para as férias: "admitimos que possa haver uma retração do mercado português. Por um lado a contenção do consumo e da despesa e por outro lado os Portugueses que podem vão começar a viajar para fora", depois da contenção com a pandemia.

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