"Satisfação e descanso." Empresa portuguesa avança com semana de quatro dias de trabalho

A empresa 360 Imprimir decidiu avançar para o modelo de quatro dias de trabalho, depois de ter implementado o trabalho remoto a 100%.

O Governo português ainda está a estudar o assunto, mas para alguns trabalhadores do setor privado a semana de trabalho de quatro dias é já uma realidade. A 360 Imprimir prepara-se para dar esse passo a partir da próxima segunda-feira. Os 180 trabalhadores da gráfica vão ter uma semana de trabalho mais curta sem perda de rendimento.

A medida surge depois do encerramento dos escritórios em Lisboa e em Braga e depois de a empresa ter decidido funcionar de forma remota a 100%.

Em declarações à TSF, Sérgio Vieira, diretor da 360 Imprimir, explica que a mudança surgiu num contexto de pandemia, quando o teletrabalho se tornou um imperativo. Em julho de 2020, quando foi decretado o regresso, a empresa teve o "semestre com maior taxa de saídas" de funcionários.

"Com base nisso, esperámos para ver, e ao longo do último ano e meio, [vimos] qual era a tendência de outras empresas e dos colaboradores". A partir daí, a decisão foi fácil.

Ao implementar agora a semana de trabalho de quatro dias, a empresa espera "impacto na atração" e também na "retenção". "Ou seja, quem se habitue a este novo modelo de trabalho, acredito que não mude para a realidade dos cinco dias com tanta facilidade". Essa é, de resto, a conclusão do estudo que uma consultora fez para a 360 Imprimir.

A empresa espera ainda que a produtividade não seja impactada. "A maior satisfação" e "o maior descanso" para isso poderão contribuir. Os resultados da experiência serão publicados trimestralmente, onde a empresa dará conta dos níveis de produtividade e o impacto noutras variáveis.

Acreditando que vai ser "o futuro do trabalho" na Europa, a 360 Imprimir avançou com um modelo "que reduz em 7% o número de horas trabalhadas", mas "mais do que isso, reduz 17% o número de dias úteis trabalhados" e que garante três dias de descanso aos trabalhadores.

Nesta empresa, o modelo não é igual para todos os funcionários. Cerca de 30%, em particular aqueles que estão ligados às operações e ao atendimento ao cliente, vão ter rotatividade na folga extra, apesar de estarem garantidos os três dias de descanso por semana.

Com a redução dos dias de trabalho para quatro, o subsídio de refeição vai sofrer um ajustamento, que será acrescentando depois ao salário.

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