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O Governo não apresentou nenhuma proposta de aumentos salariais para a administração pública. No final da segunda ronda de negociações com o executivo a FESAP continua sem saber qual é a proposta do Governo para os ordenados do próximo ano.
O líder da FESAP, José Abraão adianta que não houve nenhuma evolução nas negociações.
"Não houve documentos novos, não há propostas novas há apenas a apresentação de cenários macroeconómicos" que os sindicatos dizem já conhecer.
De acordo com José Abraão, "o governo não nos apresentou nenhum documento, não respondeu à proposta apresentada pela FESAP. O Governo aprovou o orçamento e nós queremos acreditar que até à entrega no parlamento e depois até à votação final global possa haver correção de injustiças para todos aqueles que hoje vivem no limiar da pobreza e que era justo que houvesse aqui alguma correção".
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A FESAP adianta que não pede nada que ponha em causa as contas públicas e se o Governo "se tem que ceder aos partidos que ajudam a aprovar o orçamento, ceda também às organizações sindicais. Isto não é só por uma questão de sobrevivência do Governo no parlamento, é uma questão da sobrevivência de todos nós, com um mínimo de justiça que é aquilo que nós viemos aqui pedir", concluiu.
A primeira ronda negocial realizou-se na passada terça-feira e no final o Ministério da Modernização do Estado e da Administração Pública enviou um comunicado para os jornalistas onde sublinha que o objetivo do Governo é "proteger os rendimentos dos trabalhadores". Mas o executivo já admitiu que, devido à pandemia de Covid-19, poderá não ser cumprido o compromisso anteriormente assumido de acréscimos de pelo menos 1% em 2021.
Sobre essa matéria o comunicado do Governo nada fala, apenas diz que "depois de, em 2020, ter sido possível retomar o normal desenvolvimento das carreiras - no que se refere a alterações de posicionamento remuneratório, progressões e mudanças de nível ou escalão com o correspondente pagamento dos acréscimos remuneratórios na totalidade -, assim como atualizar os salários em 10 euros para os trabalhadores que auferiam a base remuneratória da Administração Pública e todas remunerações até ao nível 5 da Tabela Remuneratória Única, bem como em 0,3% para os restantes, o objetivo do Governo é agora proteger os rendimentos dos trabalhadores".