Trabalhadores das rodoviárias privadas cumprem 24 horas de greve. Adesão é de 60%

A Fectrans e o SITRA defenderam que as propostas dos patrões estão "muito distantes" das apresentadas pelos sindicatos, traduzindo-se "numa atualização de 0,33 euros por dia, que nem dá para beber mais um café".

Os trabalhadores das empresas de transportes rodoviárias privadas cumprem nesta segunda-feira 24 horas de greve, contra as propostas de atualização salariais que lhes foram apresentadas, tendo já marcado outra paralisação para o dia 2 de dezembro.

"Perante as propostas da ANTROP [Associação Nacional de Transportes de Passageiros] e Transdev de atualização salarial em 2022 de 10,5 euros por mês e 10 euros por mês, respetivamente, e após análise das organizações subscritoras da proposta comum, a Fectrans [Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações] (STRUP e STRIN) e o SITRA [Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes] decidiram avançar com um novo pré-aviso de greve para o próximo dia 22 de novembro e 2 de dezembro", anunciaram, em comunicado, os sindicatos, no dia 5 de novembro.

As regiões Norte e Centro são para já as mais afetadas pela paralisação que começou à meia-noite. Pelos números da Fectrans, a adesão ronda os 60% a nível nacional.

No entanto, o coordenador da Fectrans, José Manuel Oliveira, sublinha, em declarações à TSF, que, em alguns locais, a greve é total. Noutros, há mais trabalhadores em greve em relação ao último protesto: "Póvoa de Varzim 100% parada, quando, na última greve, não tinha havido paralisação. A zona de Viseu também com uma paralisação na ordem dos 95%. Para Coimbra, os dados que temos apontam para uma paralisação acima dos 75%."

Esta é "uma boa indicação de que os trabalhadores continuam mobilizados em torno das reivindicações", salienta José Manuel Oliveira.

A greve abrange todos os trabalhadores das empresas privadas do setor rodoviário de passageiros, associadas na ANTROP e as da Transdev, onde se aplica o Contrato Coletivo de Trabalho Vertical (CCTV).

Na mesma nota, a Fectrans e o SITRA defenderam que as propostas dos patrões estão "muito distantes" das apresentadas pelos sindicatos, traduzindo-se "numa atualização de 0,33 euros por dia, que nem dá para beber mais um café".

Os trabalhadores reivindicam o aumento do salário base do motorista para 750 euros, bem como uma atualização, na mesma percentagem, para os demais trabalhadores.

Por outro lado, exigem uma atualização do subsídio de refeição "nos mesmos termos percentuais" do aumento do salário do motorista e a redução do intervalo de descanso para o máximo de duas horas.

Os sindicatos reiteraram estar disponíveis para negociar propostas que permitam um acordo de valorização dos salários.

"São reivindicações que uniram os trabalhadores nas greves passadas e que continuam a ser razões para manter e ampliar a unidade na ação", vincaram.

Os trabalhadores das rodoviárias privadas estiveram em greve nos dias 20 de setembro e 1 de outubro.

* Atualizado às 09h15

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