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A Comissão Europeia reviu em alta de 0,3 pontos percentuais o crescimento económico esperado para Portugal este ano, para 5,8%, apesar dos desafios externos, segundo as previsões macroeconómicas de primavera divulgadas esta segunda-feira.
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Bruxelas melhorou em 1,5 pontos percentuais as previsões para o défice português, esperando um saldo negativo das contas públicas de 1,9% este ano, em linha com o previsto pelo Governo. Prevê-se um défice de 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano, abaixo dos 3,4% estimados no outono, revelando-se também a Comissão Europeia mais otimista sobre o desempenho orçamental em 2023, ao esperar um défice de 1%, quando anteriormente previa um saldo negativo de 2,8%.

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Quanto à taxa de desemprego, Bruxelas prevê que caia para 5,7% este ano, face aos 6,6% registados em 2021, e para 5,5% em 2023. A estimava de Bruxelas é também mais otimista do que a do Ministério das Finanças, que no relatório subjacente à proposta do Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) prevê uma taxa de desemprego de 6% este ano.
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A Comissão Europeia reviu ainda em alta de 2,1 pontos percentuais a taxa de inflação para Portugal, para 4,4% este ano, mas abaixo dos 6,1% previstos para a zona euro. De acordo com as previsões macroeconómicas de primavera, o Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) deverá subir de 0,9% em 2021 para 4,4% em 2022, antes de descer para 1,9% em 2023.
Para o diretor do jornal digital Eco, António Costa, as estimativas reforçam a tendência que se começou a notar já no primeiro trimestre deste ano. "Se houvesse uma manutenção do crescimento económico do primeiro trimestre, isto até poderia ser pior. Ainda assim, no contexto da guerra, do choque energético e da inflação que estamos a viver, é um número positivo", defende.
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O crescimento, acredita António Costa, depende de dois fatores importantes: o consumo das famílias, que "pouparam na pandemia e, no primeiro trimestre, voltaram a gastar", e o turismo, com Portugal "a beneficiar" do contexto da guerra no outro extremo da Europa. "Esta dimensão vai alimentar o crescimento económico em 2022", antevê. "Já em 2023, como se percebe, há um abrandamento para 2,7%. Regressaremos a um número que não é mau, é positivo, mas é mais curto e em linha com o que aconteceu nos últimos anos."
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António Costa lembra ainda que o turismo foi, com este Governo, diluído numa secretaria de Estado com outras pastas e sublinha que o Executivo deve repensar esta opção.
"Continua a revelar-se um setor absolutamente crítico para a recuperação do país. De uma vez por todas, é preciso olhar para o setor do turismo como um setor de valor acrescentado. Se a economia portuguesa depende tanto do turismo, como se viu na recessão de 2020, e agora também porque o turismo está a recuperar de forma significativa, é mesmo muito relevante olhar para o setor de outra forma e com outro peso político", sustenta.