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Diogo Fernandes, vice-presidente da Associação Movimento TVDE Portugal, reconhece que são necessárias alterações na segurança e na cobrança dos serviços.
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"Os motoristas que não falam português e que, por sua vez, conseguem ter a carta profissional para trabalhar nas plataformas... O curso é dado inteiramente em português, e um motorista que não fala português, não percebe português, consegue tirar o curso." O representante da associação que representa as empresas de TVDE diz tratar-se de "uma preocupação relativa à segurança dos utilizadores e para a qualidade do serviço".
Já quanto à cobrança do transporte, Diogo Fernandes defende a aplicação de uma tarifa fixa em cada viagem, e explica: "Quanto às distâncias, temos conhecimento de que querem que o algoritmo seja mais correto e que não envie viaturas a fazerem distâncias de sete e oito quilómetros para depois os carros fazerem uma viagem de três ou quatro quilómetros. O que é que isto significa em euros? Significa que nós podemos ir buscar um cliente e gastamos quatro euros de gasóleo e depois, quando chegamos perto do cliente, vamos fazer uma viagem de três euros."

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A presidente da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes, Ana Paula Vitorino, expressou esta manhã que quer que as reclamações dos utentes tenham consequências nas empresas transportadoras da tipologia TVDE. Para isso, a também antiga ministra defende a aplicação de coimas mais pesadas. A presidente da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes deixou claro, numa entrevista à TSF, que é favorável a mexidas na lei das plataformas eletrónicas de transportes. Ana Paula Vitorino pede mais transparência na fixação de preços e novas regras no que concerne à formação dos motoristas dos TVDE.
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A Associação Movimento TVDE Portugal lamenta que estas alterações não incluam a existência de uma tarifa mínima. "O que nós exigimos - e isso é fundamental para a sustentabilidade do negócio, para a sustentabilidade dos empresários portugueses, que investimos no nosso país, compramos carros no nosso país, damos emprego no nosso país - é uma tarifa fixa", sublinha Diogo Fernandes, motorista e proprietário de duas das empresas TVDE, que há dias, em declarações à TSF, afirmou que neste setor há muitas pessoas a passarem fome e lamenta que trabalhem "muito abaixo do custo".
Ouça as declarações de Diogo Fernandes.
"Nós precisamos de um preço fixo mínimo que cubra todas as despesas associadas às viagens e às próprias manutenções das empresas", disse, nessa altura. Agora, reforça: "Através dessa tarifa fixa, desse valor, é que nós conseguimos dar rentabilidade ao nosso negócio. Todas as viagens têm de ser cobertas por um valor justo. Numa viagem de três euros, dez euros, 20 euros, 50 euros, tem de cobrir os custos da mesma."
Nesta quarta-feira, os motoristas TVDE retomam os protestos. Para exigirem a revisão da lei e reclamarem melhores condições de trabalho, os motoristas concentram-se na Avenida da Liberdade em Lisboa e vão marchar até aos escritórios da Uber e da Bolt.