Ucranianos sem trabalho digno em Portugal? Empresários "não são exploradores de mão de obra imigrante"

Em entrevista à TSF, Francisco Assis, presidente do Conselho Económico e Social, explica a importância do "esforço nacional" para acolher os refugiados ucranianos, sublinhando que devem ser criadas condições para que "possam integrar-se no mercado de trabalho", sendo que as entidades públicas "têm de estar atentas".

O Governo agilizou procedimentos para facilitar a chegada dos refugiados ucranianos a Portugal e os Ministérios da Economia e do Trabalho, em colaboração com as empresas, tentam garantir trabalho aos ucranianos. O Governo convocou os parceiros para uma reunião extraordinária da Concertação Social, esta terça-feira, para debater a situação de crise na Ucrânia. Em declarações à TSF, Francisco Assis, presidente do Conselho Económico e Social (CES), sublinha o empenho do país na ajuda a estes refugiados.

"A questão fundamental é o esforço nacional que temos de fazer para acolher estes refugiados que fogem de uma guerra absolutamente trágica e que resulta desta invasão ilegítima, inaceitável e censurável da Ucrânia por parte da Rússia. Dentro desse esforço também temos de criar as condições para que as pessoas possam integrar-se da melhor maneira possível no mercado de trabalho", considera.

Francisco Assis não quer nem pensar na possibilidade de estas pessoas não terem um trabalho digno em Portugal.

"Em primeiro lugar, não vamos empolar a dimensão desse risco, porque na maior parte dos casos os empresários portugueses não são exploradores de mão de obra imigrante e têm consciência moral. Em segundo lugar, as entidades públicas têm de estar atentas. O risco da maldade do ser humano existe sempre, temos é de o minimizar e temos de estar atentos no sentido de responder a essas situações", explica.

O presidente do CES nota que "as pessoas não estão preocupadas em explorar os ucranianos". "As pessoas estão essencialmente preocupadas em acolher a população ucraniana porque têm noção da situação absolutamente trágica em que eles vão chegar."

Num comunicado, o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social anunciou que o Governo convoca os parceiros sociais "para uma reunião da Concertação Social para acompanhamento da situação da crise na Ucrânia".

A reunião, com caráter de urgência, está marcada para as 16h30 desta terça-feira.

A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que, segundo as autoridades de Kiev, já fez mais de 2.000 mortos entre a população civil.

Os ataques provocaram também a fuga de mais de 1,5 milhões de pessoas para os países vizinhos, de acordo com as Nações Unidas.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.

A crise levou também ao aumento dos preços dos combustíveis, que estão nos níveis mais altos da última década, devido a receios de uma redução da oferta.

A Rússia é o maior exportador mundial de petróleo bruto e derivados e a sua economia está agora sujeita a duras sanções dos Estados Unidos da América, da Europa e dos seus aliados, embora não abranjam o setor da energia.

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