- Comentar
A UTAO afirmou este sábado que a TAP "permanece uma fonte de incerteza" e que as contas relativas a 2021 "surpreenderam negativamente pela dimensão do prejuízo", cerca de 1.600 milhões de euros.
As observações da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) da Assembleia da República surgem numa primeira apreciação à proposta de Orçamento do Estado para 2022, que foi apresentada em 13 de abril.
Segundo a UTAO, o relatório que acompanha a proposta de Orçamento indica que a companhia aérea irá beneficiar em 2022 da última tranche do apoio financeiro inserido no apoio estatal aprovado pela Comissão Europeia, no âmbito da restruturação da empresa.

Leia também:
TAP garante ser "falso" que tenha cancelado 30 voos na Páscoa por falta de pilotos
Subscrever newsletter
Subscreva a nossa newsletter e tenha as notícias no seu e-mail todos os dias
"O valor desta última tranche nele indicado é 600 milhões de euros. No entanto, o limite autorizado para esta operação, constante na base de dados orçamental SIGO, é 990 milhões de euros", alertam os técnicos da UTAO, uma unidade especializada que funciona sob orientação da comissão parlamentar permanente com competência em matéria orçamental e financeira.
"Por outras palavras, o Ministério das Finanças orçamentou em contabilidade pública uma despesa de 990 milhões de euros com a TAP, pelo que a diferença, 390 milhões de euros, constitui um risco descendente do cenário orçamental com elevada probabilidade de concretização. A crise energética irá pressionar o Estado a realizar compensações financeiras", adverte a UTAO na sua análise à proposta orçamental, referindo-se a uma possível compensação "pelo acréscimo de despesa em combustível".
A TAP teve um prejuízo de quase 1.600 milhões de euros no ano passado, apesar do aumento do número de passageiros transportados e das receitas relativamente ao ano anterior, segundo comunicou a empresa no passado dia 11 de abril.
Na informação enviada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a transportadora aérea nacional explica que registou custos não recorrentes de 1.024,9 milhões - por exemplo, com o encerramento das operações de manutenção no Brasil - que tiveram impacto nos resultados.