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Todos os setores em Portugal perderam utilizadores digitais após a pandemia de Covid-19, sendo a banca, o único setor a apresentar um aumento no grau de satisfação em relação à utilização de canais tecnológicos. A conclusão diz respeito ao recente estudo da McKinsey & Company, "Digital Sentiment Survey 2022", no qual Portugal se apresenta em 17.º lugar de um total de 19 países da União Europeia (UE) que integram o ranking referente à adoção digital.
Em comparação com 2021, o número de indústrias digitalizadas em Portugal - isto é, qualquer indústria com a qual, nos últimos seis meses, os utilizadores tenham tido interações digitais ou remotas -, diminuiu em 2022 de 4,9 para 4,0. Os setores da educação, retalho e saúde são os que apresentaram uma perda maior.
O principal motivo de insatisfação apontado perante o uso destes canais é o facto de haver menos opções disponíveis, bem como a dificuldade em saber se os produtos vendidos online satisfazem as necessidades dos utilizadores.

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De acordo com as conclusões do relatório, a utilização de websites é superior à de outros canais digitais, tais como aplicações móveis, marketplaces, redes sociais e mensagens instantâneas, sendo o marketplace o canal menos usado pelos utilizadores. Ciberataques, tratamento de dados, erros e processos de pagamento são os motivos principais de desconfiança na utilização destes canais.
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Benjamim Vieira, sócio na McKinsey & Company citado em comunicado afirma que a análise "tem mostrado uma série de áreas onde as empresas podem fazer mais ganhos digitais, particularmente em torno da experiência do utilizador e da mobilidade. Os investimentos TI [tecnologia de informação] na Europa têm aumentado por forma a corresponder à oportunidade cerca de 25% desde 2019, mas grande parte desses investimentos não é dirigida às áreas que os próprios consumidores mais valorizam".
"As empresas devem apostar na concentração mais eficaz das suas energias digitais, essa será uma prioridade importante para as empresas que procuram proteger-se das consequências dos conflitos geopolíticos e da insegurança económica", acrescenta.
Comparativamente a 2021, a confiança nos canais digitais de diferentes indústrias apresenta uma descida de 3,7 para 3,5. A banca evidencia uma diminuição de 3,9 para 3,6. No entanto, o setor dos serviços de telecomunicação regista um aumento de 3,5 para 3,6.
Outros dados do estudo revelam que 80% dos inquiridos preferem receber em casa os produtos que encomendam online, 20% preferem recolhê-los numa loja e 2% em cacifos. Contudo, neste setor, a maioria (71%) continua a preferir ter uma interação física com a indústria.
No que se refere à percentagem de utilização dos serviços digitais no setor da educação, 18% afirma recorrer aos mesmos, tanto a título próprio, como para os filhos. Na saúde, o valor de utilização sobe para os 21%.
Em geral, e relativamente à média total da interação e adoção de canais digitais, 51% dos inquiridos preferem interagir de forma totalmente digital, enquanto 33% querem ter uma interação física e 16% prefere interagir digitalmente, porém com assistência humana.