Magoaram-se a si próprios nos últimos 12 meses e mais do que uma vez, são um pequeno grupo, 15,6 por cento, entre os mais de cinco mil alunos inquiridos neste estudo colaborativo da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Mais de metade das feridas foram infligidas nos braços e nas pernas. Trata-se de uma preocupação para a coordenadora do estudo, Margarida Gaspar de Matos.
«São miúdos que acumulam um conjunto de outros riscos de fumar, beber, consumir drogas. São aqueles jovens que estão muito nervosos e que se beliscam, que se vão picando com um compasso, ou cortando com um x-acto», explicou.
Com 15,6 por cento de casos, Portugal não foge à média registada por exemplo na Finlândia, Canadá ou EUA, onde se registam dez a 15 por cento.
Contudo, e apesar da preocupação Margarida Gaspar de Matos não esconde a surpresa.
«[Os jovens] dizem que é para se sentir vida, outros dizem que é para não adormecer, outros dizem que é para conseguirem serenar. Fiquei um bocadinho surpreendida e espero que consígamos lançar este dado sem causar alarmismo nos pais e uma onde de moda nos miúdos», referiu.
O estudo revela ainda que há cada vez mais jovens que passam mais de quatro horas por dia em frente ao computador e quase 16 por cento dizem ter estado envolvidos, ou como vítimas ou como provocadores, em casos de cyberbulling, sendo o messenger o meio mais usado.
Passando mais tempo sentados, aumentou também o consumo de doces e logo subiu o número de jovens com excesso de peso, cerca de 18 por cento.
«Temos pela primeira vez na adolescência um aumento ligeiro, mas significativo, do excesso de peso», afirmou a coordenadora.
O que leva Margarida Gaspar de Matos a concluir que, o que quer que esteja a ser feito não está totalmente alinhado com o sucesso.
As conclusões deste estudo sobre estilos de vida e comportamentos adolescentes vai ser divulgado esta tarde, em Lisboa.