À pergunta «Concorda que o munícipio de Viana do Castelo integre a comunidade inter-municipal de Minho Lima?» o movimento de cidadãos liderado pelo presidente da Câmara, Defensor Moura, responde não e garante que o concelho não precisa de ninguém para se afirmar.
«Entendo que Viana do Castelo não se deve submeter a isso até porque é o que concelho mais populoso, é o que paga mais impostos, é o que tem maior número de quadros superiores, é o que tem maior dinamismo económico. É por isso, que não deve entregar os seus destinos nas mãos de quem nunca fez nada por Viana do Castelo», justifica o autarca.
Defensor Moura admite por isso que se demite se o sim vencer. «Não estou disposto a representar Viana do Castelo de joelhos perante esse poder anti-democrático. Naturalmente, se o sim ganhar terei que pôr o lugar à disposição», revela.
Uma posição que para o movimento do sim não faz qualquer sentido. O porta-voz António Gonçalves fala mesmo em chantagem.
«Não está em causa o presidente da Câmara nesta questão, não está em causa a avaliação autárquica e isso cheira um bocadinho a chantagem sobre os munícipes de Viana do Castelo», afirmou o porta-voz.
Para os defensores da adesão de Viana do Castelo à comunidade inter-municipal Minho Lima é anti-natural o concelho ficar de fora.
«Viana do Castelo pertencendo à comunidade tem voz activa, estando de fora é claro que será uma voz perfeitamente exterior e estará isolada do seu território natural», acrescentou António Gonçalves.
A campanha arranca oficialmente esta terça-feira e para além dos dois grupos de cidadãos a Comissão Nacional de Eleições autorizou a participação do CDS-PP, do PSD e do PS.
População deve pronunciar-se em referendo sobre linha do Tua, diz Câmara de Mirandela
Um outro referendo pode vir realizar-se ainda antes do Verão em Mirandela. A câmara já o aprovou e quer que a população se pronuncie sobre o futuro da linha do Tua, que corre o risco de desaparecer com a construção de uma barragem.
O presidente da autarquia, José Silvano, explicou em declarações à TSF porque é que sentiu a necessidade de convocar um referendo.
«A linha do Tua e a barragem têm sido objecto de grande discussão pública mesmo do custo/benefício das nossas populações porque a linha termina e inicia-se aqui, tendo um grande impacto em termos económicos pelo movimento turístico que traz a linha do Tua», referiu o autarca.
«Depois nós achamos que estando a decorrer também o período de discussão pública do impacto ambiental da barragem era a altura ideal de lançarmos uma nova discussão que envolvesse todos os mirandelenses e nada melhor que o referendo», acrescentou.
O presidente da câmara de Mirandela afirma-se seguro de que a população vai responder positivamente a este referendo e admite mesmo que já ponderou uma possível data.
«Porque não realizá-lo no mesmo dia das Eleições Europeias, que são em Junho, pelo menos resolveria uma questão se isso fosse possível. Mas acho que independente disso não vai ter grande abstenção, porque em Mirandela muita gente tem a sensibilidade exacta do que isto representa para a sua economia e para o seu desenvolvimento», afirmou José Silvano.
Para que este referendo se realize falta ainda a aprovação da Assembleia Municipal e depois o Tribunal Constitucional tem ainda de aprovar a pergunta que vai ser colocada aos habitantes de Mirandela.