«Vou avançar com o recurso [da prisão preventiva] na próxima semana», disse o advogado que, questionado pelos jornalistas sobre se já sabia qual o dia concreto, se limitou a acrescentar: «Depende de quando estiver pronto».
João Araújo falava aos jornalistas à saída do Estabelecimento Prisional de Évora, onde hoje esteve reunido com José Sócrates, que aí está a cumprir prisão preventiva.
Acompanhado por outro advogado que se identificou como Pedro Pulido, e que também visitou Sócrates na prisão, durante a tarde de hoje, João Araújo disse ter estado a trabalhar com o seu cliente sobre o recurso.
«Vim ver se ele me ajudava nas minhas dificuldades», mas «ele não me conseguiu dar nenhuma» ajuda, porque «nem ele nem eu conhecemos os factos da corrupção», afirmou.
Escusando-se a revelar qual a base do recurso que vai apresentar, porque, «depois, toda a gente sabia», o advogado adiantou que «é uma equipa muito grande» aquela que está a trabalhar no processo que envolve o ex-primeiro-ministro, José Sócrates.
«Se o senhor soubesse a quantidade de pessoas que está permanentemente a disputar-se para ajudar o senhor engenheiro, solidários com ele e que compreendem o que esta prisão significa», referiu.
João Araújo considerou que a prisão de José Sócrates «é ilegal, porque não cumpre a lei», mas não quis concretizar: «Eu não posso dizer essas coisas», frisou.
Questionado pelos jornalistas se tinha sido uma «boa reunião», o advogado disse que «nunca são boas as reuniões que se têm nas cadeias», porque «as cadeias são sítios horríveis».
João Araújo respondeu também sobre o pedido de "habeas corpus", de libertação imediata de Sócrates, interposto por um cidadão, que será decidido na quarta-feira, pela 3.ª Secção Penal do Supremo Tribunal de Justiça (STJ).
O advogado do antigo primeiro-ministro disse que foi «notificado para a audiência».
«Tive conhecimento desse processo de "habeas corpus" quando fui notificado pelo Supremo para a audiência de julgamento do próximo 03 de dezembro. Fui surpreendido e não fazia a mais pequena ideia dessa iniciativa, à qual sou absolutamente alheio».
À pergunta se José Sócrates vai continuar a comunicar a partir da cadeia e se ainda tem muito para dizer sobre o processo, João Araújo respondeu que o ex-primeiro-ministro vai falar «se achar oportuno e quando for oportuno» e que «ele ainda nem começou a dizer».
O advogado referiu ainda que José Sócrates «estava francamente bem» e que "até fez corridas».