Em resposta à deputada socialista Isabel Moreira, que acusou a ministra de querer que outros assumam a responsabilidade pelas falhas no Citius, Paula Teixeira da Cruz respondeu com o percurso e as convicções.
«Tenho uma carreira que fala por mim, não tenho medo nem varro para debaixo do tapete, no dia que sentir que tenho alguma responsabilidade política seria a primeira a tirá-la», disse.
A ministra recusou falar sobre as declarações de Rui Pereira, ex-presidente do Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça, sublinhando que «as declarações falam por si». Já sobre o despacho de exoneração de Rui Pereira e Carlos Brito, assinado pelo secretário de estado, Paula Teixeira da Cruz limita-se a dizer que apoiou a decisão.
O secretário de Estado, António Costa Moura justificou o tempo e oportunidade do despacho de exoneração, com o apurar de falhas graves na cadeia de comando. Diz ainda que reuniu no dia 5 de janeiro com os responsáveis do Citius que recusaram apresentar quaisquer alternativas.
Questionada pelos jornalistas no final da audição parlamentar sobre o alegado cariz persecutório das demissões de Rui Pereira (presidente do IGFEJ) e Carlos Brito (vogal da direção), a ministra Paula Teixeira da Cruz considerou que o seu trabalho no Ministério e, anteriormente, no Município de Lisboa, atestam que «o instinto persecutório não está no seu ADN».
Já o secretário de Estado da Justiça, António Costa Moura salientou que as razões que o levaram a demitir Rui Pereira e Carlos Brito são explicadas de «clara» na fundamentação que suporta o despacho de exoneração, refutando que tivesse qualquer «problema pessoal» com os visados.
Durante a audição a ministra da Justiça anunciou ainda o reforço dos meios judiciais. Paula Teixeira da Cruz garante que os recursos são reforçados com 600 novos oficiais de justiça, 400 guardas prisionais e 120 estagiários para a Polícia Judiciária.