Arrancam esta quinta-feira as novas regras que impedem mais carros antigos de circular em grande parte do concelho de Lisboa, com limites para os carros anteriores a 2000 e 1996.
A partir de amanhã, e para evitar emissões poluentes, só podem andar na chamada zona 1, no eixo Avenida da Liberdade-Baixa, carros posteriores a 2000. As viaturas anteriores a 1996 ficarão também impedidas de circular na zona 2, muito mais vasta e definida pelos limites da Avenida de Ceuta, Eixo Norte-Sul e avenidas das Forças Armadas, dos Estados Unidos, Marechal António Spínola, do Santo Condestável e Infante D. Henrique.
Há no entanto exceções: entre outros, veículos de emergência, históricos, motociclos ou vários tipos de carros do Estado. As viaturas de quem vive no centro também podem circular na zona 1, mesmo se forem anteriores a 2000, enquanto que na zona 2 são permitidos os carros anteriores a 1996 dos residentes na cidade de Lisboa (ou seja, a limitação só atinge quem vive noutros concelhos).
O diretor municipal da Mobilidade e Transportes, Tiago Farias, explica à TSF que as novas regras são fundamentais para cumprir as leis europeias de poluição. Em 2013, mais uma vez, Lisboa ultrapassou os limites comunitários e arrisca-se a pagar uma multa. O responsável explica que, com as regras sobre os carros antigos, em 2015 a cidade deve conseguir ficar dentro dos limites europeus.
A câmara tem há vários anos um plano para implementar um sistema automático para identificar e multar os carros antigos que entram nas zonas limitadas. Contudo, o projeto nunca saiu do papel e Tiago Farias diz que está a ser estudada a melhor forma de colocar esse plano em prática, nomeadamente os locais das futuras câmaras de fiscalização. Por agora a prioridade é fazer campanhas junto dos condutores através da Polícia Municipal para fazer, depois, uma avaliação da taxa de infração.
Nunes da Silva, o antigo vereador de António Costa com o pelouro da Mobilidade, que começou a aplicar estas limitações aos carros antigos em Lisboa, explica que a terceira fase que arranca quinta-feira já devia ter começado em 2013. O ex-responsável aplaude a mudança, mas tem dúvidas sobre a eficácia, garantindo que não há polícias para fiscalizar os carros que circulam numa área tão grande da cidade. Foi isso que aconteceu quando teve na câmara com um número residual de multas.
Nunes da Silva diz que é preciso avançar com a prometida fiscalização eletrónica dos carros antigos e lamenta, também, a cedência àquilo que diz ser o lóbi dos táxis que voltam a ter mais tempo para se adaptarem às novas regras.