O ministro da Defesa, Augusto Santos Silva mostrou-se, esta quarta-feira, disponível para cooperar com as autoridades judiciais envolvidas no caso da aquisição dos submarinos, sejam portuguesas ou estrangeiras, e considerou inaceitável o incumprimento do contrato dos submarinos pelo consórcio alemão.
«Não tenho comentários a fazer sobre casos judiciais em concreto, quero exprimir apenas o ponto de vista do Governo, o nosso interesse em que a verdade dos factos seja apurada, os direitos das pessoas sejam respeitados, mas que esta situação seja esclarecida o mais rapidamente possível», disse o ministro Augusto Santos Silva em conferência de imprensa, em Lisboa.
Segundo o ministro «tem sido norma do ministério da Defesa Nacional cooperar totalmente com as investigações judiciais que estejam em curso e temos aplicado esta norma no caso concreto dos contratos de aquisição e contrapartidas relativos aos submarinos».
«Temos cooperado com as autoridades judiciais portuguesas e cooperaremos com as autoridades judiciais que nos pediram cooperação para que a verdade dos factos seja apurada e a situação seja esclarecida o mais rapidamente possível», referiu Santos Silva.
O ministro da Defesa salientou ainda que «o Estado português celebrou contratos, o estado português honra as suas obrigações contratuais, respeita a lei e espera que as outras partes honrem também as suas obrigações contratuais e respeitem a lei».
A revista alemã Der Spiegel noticiou que um cônsul honorário de Portugal, que não identifica, terá recebido um suborno de 1,6 milhões de euros da Ferrostaal para ajudar a concretizar a compra de dois submarinos pelo Estado português em 2004.
De acordo com a Der Spiegel, o cônsul honorário terá também organizado, no verão de 2002, uma «reunião entre a administração da Ferrostaal e o antigo primeiro ministro português José Manuel Durão Barroso», actual presidente da Comissão Europeia.
O Governo português suspendeu hoje o cônsul honorário de Portugal em Munique, Jurgen Adolff, de «todas as funções relacionadas com o exercício do cargo», na sequência da investigação na Alemanha de suspeitas de corrupção na venda de submarinos.