Oposição contra ideia de expropriar terrenos florestais

Os partidos da oposição criticaram, esta quinta-feira, o ministro da Agricultura, que defendeu a expropriação dos terrenos florestais cujos donos os deixem ao abandono.

O PSD criticou, esta quinta-feira, a proposta apresentada pelo ministro da Agricultura de expropriar os terrenos florestais cujos donos os deixem ao abandono.

Jorge Moreira da Silva, vice-presidente do PSD, considerou que as palavras de António Serrano não passam de uma manobra de diversão para desviar as atenções do essencial.

Os social-democratas pensam que o Executivo tem todos os meios legais de que precisa, só faltando uma melhor coordenação no combate aos fogos.

«Inventar nacionalizações da terra e inventar alterações da moldura penal não passam de manobras de diversão para que não se fale do essencial», que é o «combate aos fogos de uma forma mais coordenada e eficiente» e «uma gestão florestal mais adequada, para que Portugal possa tirar da floresta o seu devido valor», defendeu.

Jorge Moreira da Silva disse ainda que «tudo o que seja inventar e encontrar formas de distrair a opinião publica do essencial não merece nenhuma valorização positiva» por parte do PSD.

Também esta quinta-feira, o líder do CDS-PP acusou o ministro da Agricultura de promover um «PREC mental» ao admitir a hipótese de tomar conta de propriedades ao abandono, acusando o Governo de ser o «pior» empresário agrícola e não cuidar da floresta.
 
«Senhor ministro, trate do que o Ministério não faz, prepare apoios para os agricultores devastados e não faça mais afirmações néscias. Já chega de PREC [Processo Revolucionário em Curso] mental em Portugal», afirmou o presidente democrata-cristão, Paulo Portas, dirigindo-se ao ministro da Agricultura, António Serrano.
 
Para Paulo Portas, «fazer politiquice com os incêndios é imoral», e António Serrano «ou não pensou o que disse ou quer ser o “engraçado” da semana» ao afirmar que «o Estado deve nacionalizar as terras» florestais que os privados alegadamente não cuidam.

Entretanto, o democrata-cristão Nuno Melo, disse à TSF que a proposta do ministro «é um absurdo imponderado, que certamente só por lapso poderá ter sido feita». «Quando o ministro parar para pensar, percebe que isso não faz nenhum sentido», até porque o Governo não limpa as florestas do Estado, acrescentou.

Já o PCP, espera que o ministro da Agricultura concretize os planos que tem.
 
«Neste momento não há propriamente nenhuma proposta», mas apenas uma declaração «para encher jornais de Verão», começou por lembrar João Frazão.

Para o comunista, é importante que «o Estado possa ajudar estes pequenos proprietários para depois exigir» que limpem as suas terras.

O bloquista Pedro Soares, que preside à Comissão Parlamentar de Agricultura, defendeu antes apoios para que a floresta possa ser melhor gerida.
 
«Isto não resolve nada. É preciso gerir. As próprias florestas do Estado não estão a ser bem geridas. Tem de haver uma muito maior preocupação em relação ao investimento na floresta», comentou.

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