«Com a credibilidade de um país que está à beira de cumprir plenamente os requisitos do programa de ajustamento, dizemos que uma maior unidade, uma maior solidariedade, uma maior responsabilidade é o caminho a seguir», declarou passos Coelho, sublinhando: «Precisamos alcançar um equilíbrio sério, exigente, entre uma maior unidade e uma firme responsabilidade».
Para Passos Coelho, «um grande compromisso nacional seria rapidamente recompensado com maior confiança interna e externa nos esforços nacionais de reforma», ajudaria aumentar o investimento produtivo e traria «mais estabilidade à dívida pública».
«O meu país já percorreu um longo caminho. Tem sido uma jornada muito difícil, que começou em 2011, mas agora virou a esquina. Ainda temos problemas complexos para resolver, mas, como a Europa em geral, podemos dizer que o pior está atrás de nós», vincou.
Pedro Passos Coelho falava hoje em Madrid no segundo e último dia de uma conferência organizada pelo Berggruen Institute on Governance (BIG) e em que estão em debate europeus.
Dirigindo-se aos parceiros europeus, o primeiro-ministro defendeu que a solidariedade europeia «deve ser baseada no sentido mais profundo de comunhão decorrente de responsabilidades e interesses comums», reconhecendo os benefícios da integração europeia e distribuindo-os com justiça.
«Eu não quero dizer que alguns Estados-membros têm a obrigação de apoiar indefinidamente a persistente falta de disciplina fiscal dos outros. Isso não seria justo. O que eu quero afirmar é a solidariedade entre os cidadãos europeus e não apenas entre os Estados-membros. Esta maior solidariedade é necessária para se procurar evitar os riscos de enfraquecimento da coesão europeia e nos Estados», declarou.
A nível nacional, Passos Coelho insistiu que a nova fase, que começa em maio, «não vai significar um retorno à indisciplina fiscal, à perda de competitividade, à acumulação da dívida ou à estagnação económica» .
«Mais do que ninguém, hoje, na Europa, os portugueses sabem muito bem o preço que pagamos pela irresponsabilidade e falta de visão nas escolhas políticas. Nós dizemos 'não' à irresponsabilidade», afirmou.
O primeiro-ministro português reiterou apelos aos parceiros sociais e ao principal partido da oposição (PS) para que se encontre «um terreno comum» na procura de «convergência de algumas questões estruturais».