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O Presidente da República aproveita a expressão utilizada por António Costa - que admitiu que o Governo "se pôs a jeito" devido aos vários casos polémicos - para dizer que o seu papel também passa por evitar que isso aconteça.
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"A função do Presidente da República é ajudar o Governo a não se pôr a jeito", disse Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas à margem de um evento cultural no Palácio de Belém.
É preciso evitar que o Governo "se ponha a jeito" - expressão que Marcelo classifica como "curiosa" - e arrisque "perder uma oportunidade ou desperdiçar uma oportunidade".
Ouça a reportagem de Judith Meneses e Sousa
Esse papel fiscalizador, com objetivo evitar que "a maioria absoluta, que é de nome, não deixe de ser uma maioria absoluta de obra também", cabe ao Presidente, à oposição e à comunicação social, defende, ressalvando que não viu a entrevista a António Costa na íntegra, apenas "às fatias".
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Questionado se esta tem sido uma maioria absoluta de obra, como sugeriu, o chefe de Estado refere que "há condições para isso".
"Quando os portugueses escolheram a maioria absoluta não escolheram por acaso", lembra, num período de instabilidade, para que o Governo "não tivesse álibis para evitar fazer o que tinha de ser feito".
"Queremos que seja uma maioria que dure até ao fim da legislatura, e queremos que faça", aproveitando os fundos europeus, apela. "Que seja uma maioria não apenas de nome, mas de obra", como aconteceu com outros governos no passado, de maiorias "que se esvaziaram, que se cansaram", como a segunda maioria absoluta do PSD liderado por Cavaco Silva, na década de 1990.
Na altura, o partido no Governo "perdeu as eleições europeias, não houve dissolução do parlamento, a maioria formalmente continuou de pé, mas estava morta", condenou. Queremos "anos de maioria absoluta forte e não de maioria absoluta a dissolver-se, mesmo sem dissolução, em dissolução interna", reforçou.