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Esta quinta-feira, António Costa vai abrir o debate parlamentar da proposta do Orçamento do Estado para 2022. Na opinião de Paulo Rangel, "a inflação é um fator que o Governo não teve em conta neste Orçamento", o primeiro em maioria absoluta desde o executivo de José Sócrates, em 2009.
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Em declarações à TSF, o eurodeputado do PSD acredita que essa falha pode deixar "uma margem muito grande para os partidos da oposição proporem medidas alternativas e para mostrarem à opinião pública e ao eleitorado que há soluções diferentes" à da maioria socialista.
Ouça as declarações de Paulo Rangel
Ainda assim, pelo menos no início da legislatura, Paulo Rangel relembra que os governos "tendem a tomar as medidas mais difíceis no início da legislatura" e, por isso, "as oposições têm maior espaço para propor medidas diferentes".
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Contudo, com o "estado de graça" de uma maioria, o executivo pode estar "menos disponível para acolher qualquer sugestão da oposição".
Os governos "tendem a tomar as medidas mais difíceis no início da legislatura"
Na parte final da legislatura, "as coisas invertem-se", explica o eurodeputado social-democrata, porque "os governos querem agradar o eleitorado para ganharem as próximas eleições e isso significa que tomarão medidas que serão mais difíceis de contestar e estarão mais abertos a mostrar uma face de diálogo."
Nos últimos sete orçamentos que António Costa apresentou na Assembleia da República, o primeiro-ministro estava num Governo de minoria e, o último, em outubro passado, foi rejeitado, abrindo uma crise política, com eleições antecipadas.

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Desta vez, em consequência da vitória do PS com maioria absoluta nas eleições de 30 de janeiro, está praticamente assegurada a aprovação da proposta do Governo em votação final global no dia 27 de maio.
Por isso, a questão política coloca-se sobretudo no processo de especialidade no sentido de saber que propostas de alteração a bancada socialista aceita introduzir no texto final do Orçamento.