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No dia seguinte às eleições legislativas, Ricardo Rodrigues pediu um levantamento dos dados em todas as freguesias. A abstenção neste concelho foi de 70,37%, a mais alta a nível nacional.
O presidente da Câmara Municipal de Vila Franca do Campo diz que os números espelham uma realidade muito específica: "Nós temos muitos emigrantes que residem uma parte do tempo nos Açores e outra parte do tempo nos Estados Unidos ou no Canadá. Têm cartão de cidadão português, logo, estão recenseados, mas no mês de outubro não estão a residir em São Miguel."
A jornalista Sónia Santos Silva conversou com os autarcas dos concelhos onde se registaram a mais alta e a mais baixa taxas de abstenção nas últimas eleições legislativas
No dia em que os novos deputados tomam posse, em Lisboa, a política fica arredada das conversas em Vila Franco do Campo, na ilha de São Miguel. Ricardo Rodrigues admite que a distância do continente pesa.
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"Quando são as eleições europeias, a abstenção ainda é maior. Para a Assembleia da República diminui um bocadinho, mas ainda é muito grande. Para o Governo Regional ou para a Assembleia Legislativa da Região Autónoma é menor. E nas eleições autárquicas é ainda menor", explica o autarca.
No distrito de Castelo Branco, Vila de Rei fica para a história com a taxa de abstenção mais baixa. Só 30,44% dos eleitores não votaram nas legislativas deste ano.
O presidente da câmara, Ricardo Jorge Aires, diz que o concelho é pequeno, mas atento. "Quando se trata de assuntos de interesse nacional, a nossa população está sempre atenta. Por isso posso dizer que há sempre comentários quando se trata de assuntos importantes para o país".
Na rua, nos cafés, a política nacional é falada e discutida, graças também ao acesso à informação. Hoje não será exceção.
"Há, neste momento, um novo Parlamento... claro que há pessoas que dizem bem, outras dizem menos bem... mas tenho a certeza absoluta que serão sempre comentários construtivos", aponta o autarca do município, onde a abstenção baixa ainda mais nas eleições autárquicas (para cerca de 20%)
Com uma população maioritariamente idosa, o voto é encarado como um direito para cumprir. "Antigamente, antes do 25 de Abril, as pessoas não podiam votar. Depois da revolução, todas as pessoas podem votar, por isso é encarado como um ato de responsabilidade."