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Há três semanas, Eurico Brilhante Dias lamentava as fugas de informação de documentos classificados, o que "configura um crime" e "provavelmente praticado por membros de um órgão de soberania". A crítica foi dirigida "especialmente aos deputados da direita" e, por isso, o líder parlamentar socialista avança com um "pedido de desculpas", mas não se dá por vencido.
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A oposição uniu-se, da esquerda à direita, e obrigou Eurico Brilhante Dias ao tão proclamado pedido de desculpas, mas o socialista lamenta apenas a "interpretação da direita".
"Qualquer interpretação de que acusaria os deputados à direita de terem prospetado essa fuga, se a interpretação é essa, peço naturalmente desculpas", atirou.
Brilhante Dias continua a insistir na palavra "crime", porque houve documentação classificada na comunicação social, e lembra que a divulgação foi "contra o interesse do Governo", respondendo a André Ventura que acusou Governo e PS de serem os responsáveis pela fuga.
"O relatório produzido diz, de forma clara, que de forma difícil ou quase impossível a informação saiu da sala de segurança. Difícil ou quase impossível", sublinhou.
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E, por isso, os socialistas continuam a colocar todas as possibilidades em cima da mesa para o alegado autor da fuga de informação, já que nada ficou provado no relatório realizado pela deputada Alexandra Leitão.
Eurico Brilhante Dias parafraseou as palavras do presidente da comissão parlamentar de inquérito, António Lacerda Sales, notando que "não ficou provado que a divulgação tenha ocorrido após a sua entrada na Assembleia da República nem tão pouco tenha sido feita por pessoas com acesso a documentos no quadro do funcionamento da comissão parlamentar de inquérito".
Já o líder parlamentar do PSD, Joaquim Miranda Sarmento diz que Eurico Brilhante Dias continua a confundir duas coisas: "Confunde o que é uma obrigação legal de segredo de justiça com a acusação aos deputados, principalmente do PSD, Iniciativa Liberal e do Chega.
Depois de ouvir as palavras dos deputados, representantes de todos os partidos que participam na Comissão Parlamentar de Inquérito, o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, salientou "o elemento muito positivo" do relatório.
"É muito importante olhar para as suas conclusões. Não se verificou nenhum indício, nenhuma prova de que a fuga de informação tenha resultado do interior da comissão parlamentar de inquérito", atirou.
Ao final da manhã desta quinta-feira, o presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito, António Lacerda Sales, socorreu-se do relatório para dar "como provada a ausência de responsabilidade de deputados, assessores que fazem parte da comissão".