Governo diz que Convenção foi "incitamento ao ódio" e direita afasta-se do Chega
A V Convenção Nacional do Chega termina este domingo e o Governo, representado pela ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, referiu que os três dias foram "um incitamento ao ódio".
Os outros partidos nacionais que se fizeram representar na Convenção - todos eles de direita - afastaram-se do Chega. A Iniciativa Liberal garante que não haverá acordos com a extrema-direita e o PSD diz que o partido liderado por André Ventura "é o Bloco de Esquerda da direita". O CDS-PP assegura que continua a ser "o único partido em Portugal da direita democrata-cristã".
Ouça o filme da V Convenção Nacional do Chega
Apontando como alvo a "crescente imigração ilegal, a destruição da família europeia, e a luta de civilizações por uma Europa cristã", Ventura promete "o melhor resultado da História", nas próximas eleições europeias.
André Ventura diz querer ser a voz daqueles que não têm voz e garante que, quanto mais ataques houver, mais forte o Chega se tornará.
O líder do Chega conclui o discurso de encerramento da convenção reafirmando o objetivo de governar o país.
"António Costa já chegou ao fim!", atirou.
"Há todo um mundo que nos separa." IL pede fim de perguntas sobre acordos com o Chega
Rodrigo Saraiva, líder parlamentar da Iniciativa Liberal, afirma que "sempre foi muito claro que não pode haver entendimentos com o Chega".
O representante liberal diz que vale a pena olhar para as propostas do Chega na Assembleia da República, que são "mais despesa hoje, para mais despesa amanhã, e mais Estado e dirigismo".
Rodrigo Saraiva não percebe a razão pela qual o Chega se queixar de ser conotado com ideias racistas e xenófobas, quando convida políticos da extrema-direita europeia.
"Assistimos aqui a discursos que um parecia encomendado por Moscovo, que em Portugal só o PCP o faz, e outro sobre xenofobia relativamente a comunidades religiosas", refere.
"Há todo um mundo que nos separa. Escusam de continuar a perguntar-nos sobre se haverá acordos", conclui.
CDS-PP "é um partido muito diferente do Chega"
Paulo Núncio, em representação do CDS-PP, afirma que "este Governo está em fim de ciclo, mesmo que continue".
"A nossa oposição é o PS. A esquerda e o PS são os nossos adversários no país", afirma o vice-presidente centrista.
Ainda assim, Paulo Núncio afirma que o CDS-PP "é um partido muito diferente do Chega".
"O CDS é único partido em Portugal da direita democrata-cristã", considera.
"O Chega é o Bloco de Esquerda da direita"
Miguel Pinto Luz garante que o PSD fez-se representar na Convenção do Chega "como faz com todos os partidos da Assembleia da República".
"O Chega é o Bloco de Esquerda da direita. É alguém que se alimenta da frustração coletiva para se tornar audível", compara o vice-presidente do PSD.
O dirigente social-democrata acredita que só o PSD pode ser alternativa à atual maioria do PS e que os portugueses vão escolher entre "um partido do berro" e "um projeto reformista e credível".
Sobre acordos entre o PSD e o Chega, Miguel Pinto Luz diz que ainda não é tempo para essa discussão.
"Aquilo que aqui ouvimos foi um incitamento ao ódio"
Ana Catarina Mendes afirma que o Governo foi convidado para estar na convenção, mas, apesar "do mundo que separa", não poderia não estar presente.
"Aquilo a que aqui assistimos é o que nunca defenderemos: o discurso de ódio, de desrespeito pelos portugueses e de ataque de portugueses contra portugueses", disse a ministra Adjunta e do Assuntos Parlamentares.
Ana Catarina Mendes pediu cooperação na União Europeia, construída para defender a paz.
"Todos os que aqui chegam têm direito e merecem ser tratados com dignidade", considera a ministra.
Ventura refere-se agora a Portugal como um país que descobriu novos mundos e de pessoas que saíram para fora, criando uma enorme comunidade emigrantes, "mas que nunca foi à procura de subsídios".
"Revolve-me as entranhas quando hoje comparam a nossa antiga emigração à nossa atual imigração", afirma.
Reeleito para um novo mandato, André Ventura promete seguir o caminho para a governação.
"Este partido não nasceu para protestar", nem para "ter o terceiro maior grupo parlamentar", nasceu, sim, "para governar Portugal", defende.
"Podem estabelecer as linhas vermelhas que quiserem", afirma. "Até podem fazê-las da cor LGBTQI qualquer coisa", atira. "Mas o único que pode estabelecer linhas vermelhas é o povo português", conclui.
André Ventura a afastar agora as querelas internas, afirmando que ninguém na rua lhe pergunta: "Então, como é que vai a oposição no Chega?".
"Não", contraria, afirmando que o que os portugueses lhe dizem é que querem que seja "a voz" deles.
"Há um filme que diz: 'este país não é para velhos'. O nosso não é para quem trabalha", atira André Ventura, afirmando que o dinheiro dos portugueses serve para "subsidiar uma classe política " e os "subsidiodependentes". "Há metade do país a viver de quem trabalha", declara.
André Ventura fala sobre a luta dos professores, sobre a pesada carga fiscal - apontando "hipocrisia" aos partidos, quando "o PCP nunca pagou IMI", de acordo com o líder do Chega.
O líder do Chega declara agora a luta contra a corrupção como principal batalha do partido - referindo-se à recente polémica da TAP.
Mencionando o Governo no discurso, e aludindo à presença da ministra Ana Catarina Mendes na sala, ouve-se uma onde de apupos.
André Ventura volta a afirmar, como fez anteriormente nesta convenção, que quer ser a voz dos antigos combatentes e dos retornados das ex-colónias.
André Ventura declara que o partido sai desta convenção mais maduro e garante que o partido vai lutar para ser governo na Região Autónoma da Madeira, já nas próximas eleições.
André Ventura agradece também aos convidados internacionais, líderes de partidos conservadores europeus, afirmando que "são a prova" do que a Europa "vai ter de enfrentar" antes de se tornar "numa máquina corrupta".
O presidente do Chega começa por fazer um agradecimentos aos órgãos e às estruturas do partido, assim como aos delegados e restantes militantes do partido.
"Aos muitos milhares que não podem estar aqui porque não foram eleitos, (...) são a razão do nosso trabalho", declarou, aludinfo, mais uma vez, ao rótulo de "partido de um homem só".
André Ventura faz o discurso de encerramento da 5.ª Convenção Nacional do Chega.
Toma a palavra Jordan Bardella, presidente da Rassemblement National, de França. O líder político do partido francês considera que a "perfomance" do Chega em Portugal "suscita admiração em toda a Europa".
Bardella falou em "corrupção" por parte do Partido Socialista em Portugal e olha para o Chega como a encarnação do grito de revolta dos portugueses.
O líder político francês fala nos resultados obtidos por Marine Le Pen nas presidenciais francesas e expressa o desejo de que o Chega de Ventura siga o mesmo caminho.
Direção nacional de Ventura eleita com 91,9%
São anunciados os resultados das eleições para os órgãos do partido:
1. Conselho nacional:
Lista A - 6 delegados
Lista B - 8 delegados (a mais votada)
Lista C - 1 delegado
Lista D - 5 delegados
Lista E - 2 delegados
Lista F - 3 delegados
Lista G - 4 delegados
Lista H - 1 delegado
2. Conselho de Auditoria e Controlo Financeiro - eleito com 90,5% dos votos
3. Conselho de Jurisdição Nacional - eleito com 88,8% dos votos
4. Mesa da Convenção Nacional - eleita com 84,3% dos votos
5. Direção Nacional - eleita com 91,9%* dos votos
*Valor atualizado, após correção feita pelo Chega
Sobe ao palco Geert Wilders, presidente do PVV, dos Países Baixos. O líder político entra logo com um pedido direto aos militantes do Chega: "Prometam-me que, da próxima vez que eu vier a Portugal, o Chega vai ser o maior partido e o vosso líder vai ser primeiro-ministro".
"André, Portugal precisa de ti", diz, dirigindo-se ao líder do Chega.
Lembrando que, em Santarém, onde decorre esta convenção, os muçulmanos foram derrotados pelos portugueses, Geert Wilders afira que "a Europa precisahoje de um rei corajoso como foi D. Afonso".
O islamismo e a liberdade de género são alguns dos alvos, no discurso de Geert Wilders.
Lembrando que as eleições para o Parlamento Europeu estão para breve, Wilders apela à união de forças e ao trabalho árduo para um bom resultado.
Fala Tom van Grieken, presidente Vlaams Belang, da Flandres. O líder político diz saber que em Portugal tem sido "difícil" ser de "direita", falando num país "dominado pelo comunismo e pelo socialismo" - uma realidade que, afirma, o Chega está a contrariar.
"Portugal é a terra dos portugueses, e não dos burocratas de Bruxelas", exclama, "não deixem que eles fiquem com ela". "Nós é que somos os bons da fita", defende.
Remoção de estátuas de figuras históricas e defesa da existência de mais do que dois géneros - o feminino e o masculino - são algumas das questões que traz, no discurso, como objeto de censura.
Assiste-se agora a uma mensagem de Boris Kollar, presidente do SME Rodina, da Eslováquia. O líder político eslovaco afirma que o caminho feito pelo Chega e por André Ventura em Portugal é "uma inspiração para todos" e promete que a família política europeia vai estar com ele. "Colocaremos os nossos interesses em primeiro lugar e só depois os outros", declarou.
Sobe ao palco Cláudiu Tarziu, presidente AUR, da Roménia. O líder romeno saudou o Chega pelos resultados políticos apontados pelas sondagens.
Cláudiu Tarziu garantiu que os dois partidos estão do "mesmo lado" e pediu a união das forças políticas conservadores e nacionalistas da Europa, para reformar a União Europeia - que diz ter sido invadida por uma onda "neo-marxista".
Toma a palavra Tino Chrupalla, presidente do AfD, da Alemanha. O líder do partido alemão a afirmar que a Europa tem de assumir uma posição soberana no mundo e que só com a união destes partidos será possível evitar a divisão do continente europeu - que, sublinha, está agora a ser, de modo geral, afetado por problemas de imigração, inflação e medo de ser arrastado para uma guerra.
Tino Chrupalla pede a união, em Bruxelas, da família política dos partidos conservadores.
Assiste-se, nesta altura, a uma mensagem de vídeo deixada por Kinga Gál, vice-presidente do Fidesz, da Hungria, que não pôde estar presente na convenção.
A dirigente do partido húngaro afirma que os partidos partilham os ideais da família enquanto base da sociedade e da proteção da soberania nacional e apelou a que se trabalhe para atingir objetivos conjuntos nas próximas eleições europeias.
Momento agora de discursarem os convidados internacionais, representantes de partidos da mesma família política que o Chega.
Começa por tomar a palavra Rocío Monasterio, presidente do VOX Madrid. a líder do partido espanhol estabeleceu como objetivo unir forças e estreitar laços entre os partidos europeus, que, sublinhou, partilham ideais como a defesa das "fronteiras seguras" e da "proteção da família".
"São muitas as bandeiras que partilhamos e vamos defendê-las com valentia", declarou, lembrando o vínculo histórico entre os dois países, desde logo com a "defesa da cristandade".
Rocío Monasterio recordou o percurso de crescimento de deputados que o VOX fez em Espanha e diz ver similaridades no percurso feito pelo Chega em Portugal, sob a liderança de André Ventura.
"Estamos confiantes de que o triunfo do Chega também é um triunfo de Espanha", declarou.
Chega encerra convenção com partidos da extrema-direita europeia
Na primeira fila, para assistir ao discurso de André Ventura, constam vários nomes da extrema-direita europeia. Desde Rocío Monasterio, presidente VOX Madrid, a Jordan Bardella, presidente da Rassemblement National.
– Rocío Monasterio – Presidente VOX Madrid - Espanha
– Kinga Gál – Vice-Presidente Fidesz - Hungria
– Tino Chrupalla – Presidente AfD – Alemanha
– Cláudiu Tarziu – Presidente AUR – Roménia
– Boris Kollar – Presidente SME Rodina – Eslováquia
– Tom van Grieken – Presidente Vlaams Belang – Flandres
– Geert Wilders – Presidente PVV – Países Baixos
– Jordan Bardella – Presidente Rassemblement National – França
Com mais de uma hora de atraso, reiniciam-se os trabalhos neste terceiro e último dia da Convenção Nacional do Chega.
André Ventura, presidente reeleito, entra no auditório onde é recebido com uma ovação de pé.
Das ameaças às agressões. Como os militantes olham para a imagem pública do Chega
De alegadas agressões entre deputados e militantes do Chega a ameaças a assessores de outras forças políticas, têm sido várias as polémicas a envolver a presença do partido no Parlamento.
A imagem do Chega no exterior, admitem os militantes, nem sempre é a mais positiva. Afonso Ribeiro, delegado que vem de Cascais para esta 5.ª Convenção Nacional do partido, reconhece que há mesmo quem tenha receio de revelar a identidade política.
"Estamos pronto para governar." Chega "vai lutar para ser Governo"
André Ventura afirma que deste congresso "sai um Chega para o Governo", sublinhando que durante estes três dias houve "um grande amadurecimento político e institucional".
É "um Chega que quer ser Governo e que vai lutar para ser Governo". "O nosso objetivo é de continuar a crescer como temos crescido e de superar o PSD", garante, reforçando que o Chega "não aceitará uma geringonça de direita".
Para Ventura, "este governo não serve" e "já se esgotou". "O Chega deu um enorme sinal de trabalho político. É um partido que está pronto para governar", sublinha.
Terminou a votação para eleger a Direção Nacional, a Mesa da Convenção Nacional, o Conselho Nacional, o Conselho de Jurisdição Nacional e o Conselho de Auditoria e Controle Financeiro.
Os votos serão agora contabilizados, com o anúncio dos resultados previsto para depois das 16h00.
Direita e Governo assistem ao encerramento dos trabalhos
Além do PSD e da Iniciativa Liberal, também o Governo vai assistir ao discurso de encerramento de André Ventura, na convenção do Chega. A ministra dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, marca presença em nome do Executivo.
Do lado do PSD, o vice-presidente Miguel Pinto Luz faz-se acompanhar também pelo deputado João Moura. A Iniciativa Liberal estará representada pelo líder parlamentar Rodrigo Saraiva.
Também o CDS leva uma comitiva a Santarém, com os vice-presidentes Telmo Correia e Paulo Núncio.
Um partido, uma cara. A sobrevivência do Chega está em jogo no futuro?
"O partido de um homem só." A frase tem sido recorrente, nos corredores e no palco da 5.ª Convenção Nacional do Chega. Ventura é o fundador, o primeiro deputado, o presidente, e nesta convenção, mais uma vez, tornou a ser o único candidato à liderança.
Dentro do próprio Chega, há quem não veja perigo nenhum em ter um partido com uma única cara. Pedro Basso, que veio do Seixal para Santarém, para participar na convenção enquanto delegado, duvida mesmo da necessidade de ter mais nomes a representar o partido.
Congressistas já votam nos órgãos do partido
Nesta altura, os congressistas já estão a votar nos vários órgãos do partido: Direção Nacional, Mesa da Convenção Nacional, Conselho Nacional, Conselho de Jurisdição Nacional e Conselho de Auditoria e Controle Financeiro. A votação começou às 09h00 e termina às 13h00.
O líder do Chega, André Ventura, vota pelas 12h30.
Extrema-direita europeia e eleição dos órgãos do partido marcam encerramento
A V Convenção Nacional do Chega, que decorre desde sexta-feira à noite em Santarém, termina este domingo com a eleição dos órgãos do partido, a presença da extrema-direita europeia e o discurso de encerramento de André Ventura.
Durante a manhã, os congressistas vão eleger a Direção Nacional, a Mesa da Convenção Nacional, o Conselho Nacional, o Conselho de Jurisdição Nacional e o Conselho de Auditoria e Controlo Financeiro.
À tarde, após a tomada de posse, discursam os "convidados internacionais", encerrando a convenção com o discurso de André Ventura, reeleito no sábado presidente da direção do partido com 98,3% dos votos.
Sem surpresas, Ventura apresenta nomes para a direção
Presidente: André Ventura
Vice-Presidentes: António Tâmega Correia, Pedro Frazão, Marta Trindade.
Adjuntos: Pedro Pinto, Rui Paulo Sousa, Diogo Pacheco Amorim, Patrícia Carvalho, Ricardo Ragalla Dias, Rita Maria Matias,
Suplentes: Carlos Medeiros, Paulo Jorge Cunha.
Terminada a apresentação das moções de candidatura aos órgãos em eleição este domingo (Direção Nacional, Mesa da Convenção Nacional, Conselho Nacional, Conselho de Jurisdição Nacional e Conselho de Auditoria e Controle Financeiro) e as intervenções políticas que lhe seguiram, estão encerrados os trabalhos neste segundo dia da Convenção Nacional do Chega.
Ventura regressa à convenção ainda a fazer contas para a direção
Embora o presidente eleito tenha de entregar a lista com os nomes à direção até ao final dos trabalhos de hoje, André Ventura chegou ao centro de exposições de Santarém ainda com dúvidas para "garantir estabilidade".
Ventura diz que "esteve sozinho" durante a hora de jantar para "não sofrer influências de ninguém", já que é impossível "agradar a todos os distritos e estruturas".
Caso os nomes que vão ser propostos não sejam aprovados pelos congressistas, Ventura "tem um plano B para apresentar amanhã".
Recorde-se que, no congresso de Évora, Ventura foi obrigado a apresentar várias listas à direção, depois de sucessivos chumbos, o que levou o presidente do Chega a ameaçar a demissão.
Garantindo que o partido inteiro esteve representado nesta convenção nacional, André Ventura afirma que é preciso fazer melhor do que for feito e que espera que os órgãos do partido possam fazer o seu trabalho "sem egos" e "sem traições".
Ventura expressa ainda a vontade de que estas eleições sejam resultado de pluralismo, de participação e da vontade dos militantes para os próximos quatro anos.
"Temos, de uma vez por todas, de estabilizar-nos a nível institucional. Temos de entrar numa nova fase do partido", admitiu.
"Falhámos nalguns momentos? Falhámos. Falhei nalguns momentos? Falhei", reconheceu André Ventura. "Sei que falta comunicar mais, que falta ligar mais, implementar mais no terreno, mais autonomia local e distrital. Sei tudo isso, percebi a vossa mensagem", declarou.
"Podem contar com este presidente para os próximos quatro anos", garantiu.
O presidente do Chega diz querer ser a voz "daqueles que o país esqueceu", e "a quem o Estado está sempre a pedir mais mas não está disposto a dar" - dos agricultores às forças de segurança, passando pelos ex-combatentes e pelos retornados das ex-colónias.
"Se somos de direita ou de esquerda? Isso pouco nos interessa! Cataloguem-nos como quiserem", atira.
Ventura a falar também sobre a educação e a forma como a História de Portugal é tratada no ensino português. Afirma que só terá cumprido a sua missão quando não houver um aluno que "não saiba que demos novos mundos ao mundo".
Para o presidente do Chega, o pós 25 de Abril condicionou a educação. "De repente, os nossos grandes feitos eram feitos criminosos, tivemos que começar a pedir desculpa. Sem que nunca ninguém nos tenha dado um agradecimento a este nosso grande país. Um país que levou o cristianismo aos quatro cantos do mundo", indigna-se.
"A mensagem que sai deste congresso é uma e só uma: queremos ser governo de Portugal, mas não estamos dispostos a 'geringonças' de direita", anunciou Ventura. "A direita terá uma e só uma escolha para fazer: ou há governo com o Chega, ou não há governo, de todo".
André Ventura trava aqueles que querem traçar "linhas vermelhas" ao partido, afirmando que nem Luís Montenegro, nem Rui Rocha, nem Augusto Santos Silva podem fazê-lo - apenas "os portugueses".
Terminado o discurso do presidente eleito do partido, ouve-se o hino nacional, na convenção do Chega.
O líder do Chega conclui o discurso afirmando que quer um "Estado ao serviço das pessoas, e não um Estado a servir-se das pessoas".
"Doa a quem doer, os portugueses têm direito a essa justiça", declarou.
André Ventura traça ainda como segundo objetivo deste mandato "ganhar a rua à esquerda"
"Venceremos no sindicalismo, venceremos nas manifestações de rua", promete aos militantes, assegurando que as ruas "não são da CGTP, nem da UGT, nem do PCP, nem do Bloco de Esquerda".
Ventura reeleito líder do Chega com 98.3 por cento dos votos
O presidente do Chega, André Ventura, foi reeleito para um novo mandato, alcançando 98.3 por cento dos votos.
Nas urnas, houve ainda 0,9% votos brancos e 0,8% votos nulos.
O presidente do partido anuncia que apresentará esta noite uma proposta de direção nacional.
Ventura nota também que apoiará uma candidatura à mesa nacional encabeçada por Jorge Galveias, com alterações na sua composição; uma candidatura ao conselho de jurisdição nacional, encabeçada por Bernardo Pessanha e apoiará o conselho de auditoria presidido por Nelson Raimundo, que não está hoje presente na convenção
"Estas são as listas que terão o apoio do presidente eleito. Optámos deliberadamente por não apoiar nenhuma lista ao conselho nacional", adiantou.
Ventura deixa palavras de agradecimento a todos os membros de outros órgãos que irão cessar funções, mas lembra que é essa a postura que deve ser assumida no partido. "Não devemos viver da política, devemos estar na política", sublinha.
O presidente do Chega sublinha "a unidade" existentes no Chega, "que mais nenhum partido consegue ter".
"O país, ou uma parte dele, dirá, novamente, que vocês se enganaram. Mas nós sabemos porque estamos aqui", afirma
"É importante que 'eles' saibam isto que vocês deixaram hoje muito claro", prossegue: "que o presidente só sai quando vocês disserem que ele abandona funções".
André Ventura começa por sublinhar a "enorme gratidão" que sente por contar com a "confiança" dos militantes do Chega, após ter conseguido "um resultado superior" àquele que teve na última eleição interna.
Ventura sobe já ao palco para discursar enquanto presidente eleito do partido.
Concluída a votação para a eleição do presidente da direção nacional, arranca agora a votação de moções temáticas.
Acordo nos Açores? “Não foi um bom acordo e temos de aprender com os erros”
O líder parlamentar do Chega, Pedro Pinto, garante, em entrevista à TSF, que o partido não se vai "vender" ao PSD e traça linhas vermelhas na Justiça, quanto a um possível acordo com o partido liderado por Luís Montenegro.
"Há bandeiras de que não abdicamos. A bandeira da justiça é nossa. O PSD quase não tem falado em corrupção", aponta o deputado do Chega.
Pedro Pinto relativiza o acordo nos Açores, que foi feito quando o Chega "tinha apenas um ano", mas admite que não tenha sido o melhor para o partido.
“Não foi um bom acordo e temos de aprender com os erros”, refere.
Na Madeira, o objetivo é entrar na Assembleia Regional: "Podemos ser nós a tirar a maioria absoluta ao PSD."
"O único partido que faz oposição ao socialismo é o Chega. Não é a IL e o PSD", repete o deputado, garantindo que "não há partido mais democrática em Portugal do que o Chega".
Sobre Nuno Afonso, Pedro Pinto assegura que não é "oposição".
"Se perguntar a algum militante sobre Nuno Afonso, responde: 'Quem?'", atira o líder parlamentar do Chega.
Até às 18h00, decorre a apresentação de moções temáticas no palco da 5.ª Convenção Nacional do Chega.
Geringonça à direita? "Está fora de questão", garante Ventura
André Ventura garante que o Chega "não se vai vender ao PSD". "Não vai acontecer ao Chega o que aconteceu ao CDS", afirma, em declarações aos jornalistas.
"O Chega é um partido diferente, tem ADN próprio, não vai ser fácil qualquer entendimento", admite.
Ventura explica que o Chega "vai lutar para liderar o Governo". "É uma luta difícil, mas acreditamos que a podemos travar."
"Se o PSD ficar à frente, é uma decisão que este congresso terá que tomar", diz.
Luís Montenegro "percebeu algo que Rui Rio não percebeu": "Não pode haver linhas vermelhas, porque se não o risco é não haver governo. Temos caminho mais aberto para criar alternativa que o Presidente da Assembleia da República pediu, caso governo socialista caia."
Questionado se seria possível uma geringonça à direita, Ventura garante: "Está fora de questão. Não haverá nenhuma geringonça de direita em Portugal."
"Só há duas hipóteses: ou não há governo ou há governo com o Chega", reforça.
Decorre, nesta altura, a votação para eleger o presidente da direção nacional do partido. As urnas encerram às 18h00.
André Ventura agita agora algumas das bandeiras do partido, desde a defesa das forças de segurança, ao combate aos apoios a imigrantes.
"Há quem entenda que devíamos ser um partido de queques, das elites, que devíamos ser os mesmos de sempre", refere. "Nós somos a voz do Portugal esquecido", contaria, alegando que se recandidata à presidência do partido, porque considera que pode continuar a ser essa voz.
"E que o teto me caia aqui em cima se não havemos de ser, um dia, líderes do Governo", conclui o candidato único à liderança do partido.
O presidente do Chega classifica o PS como um "vírus" que ataca Portugal, afirmando que António Costa "já prefere não aparecer aos jornalistas",com receio de ser confrontado com mais casos polémicos.
Para esse "vírus do socialismo", André Ventura aponta uma única "cura": "Essa cura somos nós".
Afirmando-se como "porta-voz da esperança" dos portugueses, André Ventura sublinha que não quer recandidatar-se para ter os mesmos eleitores que já tem, mas, sim, para ir mais longe.
André Ventura sublinha que, quando sentir que já não tiver condições para melhorar os resultados do Chega, abandonará a liderança do partido.
"Nem por um segundo hesitarei no futuro. No dia em que entender que já não tenho condições de vos levar mais longe, nenhum de vocês terá de me empurrar para mostrar a porta", garantiu. "Eu sairei pelo próprio pé."
André Ventura começa por recordar que, desde que o PS assumiu maioria absoluta, os restantes partidos à direita mudaram os seus líderes. Afirma que refletiu sobre se deveria, também ele, continuar na liderança do Chega e se ainda conseguiria melhorar os resultados do partido.
"Só faz sentido recandidatar-me com esse objetivo: melhorar o que já conseguimos", declarou, notando a atual colocação do Chega nas sondagens.
André Ventura sobe ao palco para apresentar a moção de candidatura à presidência da direção nacional do Chega.
Chega "não aceita geringonça de direita” nem vai ser "capacho de ninguém"
Com o foco numa ida para o Governo, o deputado Diogo Pacheco Amorim critica os que definem linhas vermelhas ao Chega para possíveis coligações. Numa clara referência à Iniciativa Liberal, que elegeu o novo líder no fim de semana passado, o deputado garante que o Chega “não será o porteiro” dos liberais.
Admitindo que o partido está disposto a negociar com o PSD, Pacheco Amorim garante que o Chega “não vai aceitar uma geringonça de direita”, ou seja, não pretende dar suporte a um Governo sem lugares executivos.
“Não vamos ser o capacho de ninguém”, acrescenta.
"Não nos venderemos ao PSD." Chega garante ter já "o primeiro-ministro ideal"
Tomou a palavra o deputado Pedro Pinto, que começou por avisar para aqueles que criticam a direção do partido, garantindo que são os próximos que quererão fazer "oposição interna".
Pedro Pinto passou depois para o ataque direto ao Governo, mencionando as sucessivas polémicas a envolver membros do Executivo, mas, principalmente, à restante direita, que acusa de inação.
"O PSD não exige eleições, mas o Chega exige. Porque este Governo não serve a Portugal", declarou o deputado.
"O PSD diz que cabe ao PS governar, o Chega discorda", sublinhou, alegando que o Executivo de António Costa já não tem condições para continuar em funções.
Pedro Pinto afirma que é por esse motivo que o Chega quer chegar ao poder e indica que este tem "o primeiro-ministro ideal": André Ventura.
E, nesse caminho que o Chega quer traçar até ao poder, o deputado assume que pode até negociar, mas não irá "vender-se" aos outros partidos - em particular, ao partido de Luís Montenegro.
"Nós não nos venderemos ao PSD", sublinhou. "Nunca nos venderemos!"
Para Pedro Pinto, há um trindade a aplicar em Portugal: um partido, um líder, um destino - Chega e André Ventura no Governo de Portugal.
Vice do Chega publicou desmentido atrasado e pode vir a ter de pagar 3700 euros
A sentença está cumprida, mas a defesa de Francisco Louçã quer a penalização de Pedro Frazão, deputado e vice-presidente do Chega, depois do atraso de mais de um mês na publicação do desmentido ordenado pelo tribunal. O valor que o deputado poderá ter de pagar é de 3700 euros.
Reeleição de Ventura vai marcar segundo dia de trabalhos
A V Convenção Nacional do Chega recomeça este sábado de manhã para eleger André Ventura como presidente e a sua moção de estratégia global, que propõe alcançar "o melhor resultado da história do partido" nas eleições europeias de 2024.
O reinício dos trabalhos no centro de exposições de Santarém está marcado para as 09h30, com intervenções dos militantes, seguindo-se a apresentação da única moção de estratégia global apresentada por André Ventura.
Ao mesmo tempo, decorrerá a eleição do presidente do partido com voto em urna, à qual volta a apresentar-se somente André Ventura.
O anúncio dos resultados deverá ocorrer cerca das 19h00, após o que seguirá a segunda intervenção de André Ventura perante os mais de 600 delegados inscritos.
O segundo dos três dias de trabalhos da convenção vai ainda debater as 24 moções de estratégia setoriais.
O presidente do Chega defende que, se o partido consegue 15% da votação, também pode "chegar aos 20%" e, se assim for, também será possível obter "30%" - e, nessa altura, assumir-se como principal força da oposição.
"Não vos posso prometer que vamos vencer as legislativas, mas que vamos lutar para lá chegar", declara André Ventura.
"Nos momentos piores, o responsável será sempre o presidente do partido. Mas lutaremos para liderar a oposição em Portugal", acrescenta.
"Um dia teremos a força de ganharmos este país. É para isso que me candidato", conclui.
“É tempo de limpar as espingardas, carregar baterias e apontar armas aos socialismo”
No arranque dos trabalhos da convenção do Chega, teve a palavra o deputado Filipe Melo, “que foi pai há três dias” e teve direito a uma grande ovação dos congressistas. O deputado apontou baterias “ao socialismo”, lamentando os que “tentam condicionar o congresso”.
Filipe Melo deixa, no entanto, uma mensagem para dentro: “É tempo de limpar as espingardas, carregar baterias e apontar as nossas armas aos socialismo”.
O deputado apela a que “haja paz, trabalho e união” dentro do partido para que o Chega consiga “atacar o socialismo”.
“Apesar de tentarem condicionar este congresso, intervenientes que já não fazem parte do panorama político, não conseguem. E não conseguem porque somos um partido maduro”, sustenta.
Delegados do partido fazem intervenções
André Ventura chegou ao local da convenção em silêncio, sem prestar declarações aos jornalistas. Neste momento, os delegados do Chega fazem as suas intervenções.
Arranca o segundo dia de trabalhos
Apesar do anúncio inicial de que atrasariam até às 10h30, já arrancaram os trabalhos na Convenção Nacional do Chega.
Reinício dos trabalhos atrasado uma hora
Ainda com poucos congressistas na sala de exposições, em Santarém, o presidente da mesa, Jorge Galveias, remarcou o início dos trabalhos para as 10h30, uma hora depois da hora agendada.
O presidente do partido, André Ventura, também ainda não chegou ao congresso. Ao final da tarde, serão divulgados os resultados da eleição para líder do Chega: Ventura tem eleição garantida.
Após o discurso do líder do partido, prosseguem as intervenções políticas dos militantes. Cada interveniente tem três minutos para dirigir-se à plateia.
Primeiro dia da convenção chega ao fim
O presidente da Mesa da convenção, Jorge Galveias, dá por encerrado o primeiro dia de trabalhos. Vários congressistas discursam e mostraram apoio a André Ventura.
No segundo dia, será eleito o presidente do partido, que ficará responsável por apresentar uma lista à direção, que irá a votos no domingo.
Ventura é candidato único
André Ventura entregou, como previsto, a candidatura à liderança do Chega. O presidente do partido é, assim, o único candidato e tem a vitória garantida.
Os congressistas tinham até ao final da noite para entregar a candidatura à presidência.
André Ventura acaba de chegar à 5.ª Convenção Nacional do Chega, aplaudido pelos congressistas, quase uma hora depois da hora marcada para o arranque dos trabalhos.
O líder do Chega foi questionado sobre a falta de oposição interna, respondendo que "os críticos nunca aparecem" apesar das regras distintas para a eleição dos vários órgãos.
Ventura refere ainda que "é absurdo" mudar o líder do partido, numa altura em que o partido tem "15 por cento nas sondagens".
André Ventura recorda o mandato que tem levado a cabo até agora, afirmando que tem resultados para apresentar, como a passagem de sétima para terceira força política e a eleição de dezenas de autarcas.
O líder do Chega assume agora as bandeiras do partido, que, afirma ter quebrado as barreiras da direita tradicional, defendendo os direitos dos polícias e das famílias.
André Ventura constata que nenhum líder é para sempre e que não ficará para sempre no partido, mas nota que acaba de completar, há uma semana, 40 anos - apenas para ouvir, de seguida, um coro de "Parabéns a Você", cantado pelos delegados presentes.
"Nunca nenhum partido cresceu tanto em tão pouco tempo como este", destaca André Ventura, levantando as bandeiras da luta contra a corrupção, mencionando as sucessivas polémicas recentes envolvendo governantes, desde a TAP, à derrapagem nas obras do antigo Hospital Militar, passando pela alegada intervenção de António Costa na banca e pelo custo do palco para a Jornada Mundial da Juventude.
Ventura estabelece como objetivo ultrapassar o PSD na votação e liderar a oposição em Portugal, prometendo "sangue, suor e lágrimas" para atingi-lo.
O presidente do Chega fala num "desígnio nacional" e pede a união dentro do partido para cumpri-lo.
André Ventura recorda as repreensões do presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, perante as posições e intervenções do partido no Parlamento e garante que, para o Chega, são "uma medalha".
"A ambição para que vos convoco não é de ganharmos as eleições de amanhã", disse. O desafio daqui para a frente "é muito maior, é darmos uma lição nestas eleições da Madeira".
"Era nisto que devíamos estar a pensar, em derrubar António Costa, vencer as eleições da Madeira, em vez de estarmos sempre convocados para o que se passa cá dentro", referiu Ventura, notando que o partido não pode estar "entretido em lutas de bastidores ou golpes para derrubar o presidente" do Chega.
Ventura refere que agora o Chega tem de ir mais além e "ganhar o país". Lembrou também os objetivos para as próximas eleições europeias, onde espera "o melhor resultado da História" do partido e, depois, as eleições nos Açores, onde o partido já participa num acordo de governação.
André Ventura recorda que foram abertas eleições no partido para que os opositores do partido pudessem "vir a jogo" e mostrar o projeto que tinham para o Chega.
"Quem não está cá, quem não se candidatou, não é por nenhuma regra de secretaria. É porque não tem força política", referiu, numa clara alusão à saída do partido de Nuno Afonso, o segundo militante do Chega.
O líder do Chega sublinha o desempenho do Chega nas últimas sondagens apresentadas, em que o partido conseguiu os melhores resultados de sempre.
"Não é conversa de redes sociais, nem de café. Estes são os resultados que temos", atirou, antes de pedir aos militantes que renovem a confiança na sua liderança, voltando a elegê-lo nesta eleição.
"Temos de estar preparadaos para governar", declara Ventura.
André Ventura está já no púlpito para a abertura da convenção, começando com notas de agradecimento. O líder do Chega deixa uma palavra "aos elementos que vão cessar funções".
"Não devemos esquecer o trabalho que foi feito", diz.
O Chega reúne-se este fim de semana, em Santarén, numa Convenção Nacional, para eleger o presidente e os órgãos do partido. André Ventura deverá ser o candidato único, com eleição garantida. Vão estar presentes 600 delegados, ao longo de três dias, no Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas. O encerramento, no domingo, ficará a cargo do presidente do partido e de representantes de partidos de extrema-direita de outros países.