Contra o chumbo do levantamento da imunidade parlamentar de Catarina Martins, os 12 deputados do Chega patearam e levantaram cartazes com a fotografia da líder do Bloco de Esquerda e a palavra "impunidade".
O Chega apresentou recurso à decisão da Comissão da Transparência, que recusou levantar a imunidade parlamentar de Catarina Martins, mas ficaram sozinhos no voto a favor. Daí, logo depois de Augusto Santos Silva anunciar que "o parecer da comissão de Transparência foi aprovado", os deputados da bancada mais a direita ergueram os cartazes.
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Com o fundo preto e o rosto de Catarina Martins, lia-se apenas a palavra "impunidade" escrita a vermelho. Ao mesmo tempo, os deputados do Chega batiam na mesa, nas já tradicionais pateadas.
O presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, considerou "o gesto profundamente ofensivo e inaceitável num Parlamento democrático", sendo aplaudido por todas as bancadas à esquerda.
Em causa, estão as palavras de Catarina Martins na noite eleitoral de 30 de janeiro, quando a líder bloquista afirmou que "cada deputado racista eleito, é um deputado a mais para combater". O Chega processou Catarina Martins e o Ministério Público pediu o levantamento da imunidade parlamentar.
No parecer da Comissão de Transparência, que rejeita o levantamento, lê-se que a expressão foi utilizada "num contexto de confronto político" e o levantamento da imunidade "poderia limitar o mandato parlamentar de Catarina Martins".
Além do processo em tribunal, os deputados pedem também uma indemnização a Catarina Martins: André Ventura pede quatro mil euros e os restantes deputados metade desse valor.