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Ana Gomes acusou, este domingo, o secretário-geral do PS, António Costa, de ser "o principal responsável pela deserção" do PS nas presidenciais deste domingo.
"Lamento a não-comparência a estas eleições do meu partido, o PS, que assim ajudou a garantir a vitória do candidato da direita democrática. Foi uma deserção que critiquei e pela qual decidi apresentar esta candidatura", sublinhou a candidata que terminou no segundo lugar da corrida a Belém. "Espero que os militantes ajudem a direção do PS a refletir na sua atuação", acrescentou.
Na fase de perguntas, e questionada sobre se responsabilizava o secretário-geral do PS por essa deserção, respondeu: "António Costa, obviamente, foi o principal responsável por essa deserção."
A candidata saudou a reeleição de Marcelo Rebelo de Sousa como "nosso Presidente da República", garantindo estar empenhada para que o seu segundo mandato sirva para "reforçar a democracia e não dar mais argumentos e respaldo aos que a querem destruir e conseguiram retirar tantos votos ao PSD e ao CDS", agradecendo também a todos os que estiveram nas mesas de voto do país, e expressou "solidariedade" para com as vítimas da Covid-19.
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Num agradecimento "aos mais de meio milhão de portuguesas e portugueses" que votaram na sua candidatura - mas também ao PAN, Livre e a militantes do Volt -, Ana Gomes assume que falhou ao não conseguir garantir uma segunda volta: "A responsabilidade de falhar o objetivo é só minha."
"Mas cumpri o meu objetivo central, um objetivo patriótico: representar o campo dos democratas progressistas e europeístas e impedir que a ultradireita ascendesse a uma posição de possível alternativa", afirmou.
Ana Gomes destacou ainda que foi possível impedir que "a outra direita ascendesse como alternativa" e que, sem a sua candidatura, "estaríamos todos a lamentar ainda mais a progressão da extrema-direita".
Sobre a abstenção, Ana Gomes defendeu que o "elevado nível" não pode ser apenas atribuído à pandemia porque "houve quem desvalorizasse estas eleições" ao não garantir que todos os portugueses podiam votar.
"Apesar disso, a afluência às urnas mostrou que a abstenção terá diminuído em termos reais", apesar da existência de um "previsível vencedor". "Tenho a certeza, e muito orgulho, de que a minha candidatura contribuiu para mobilizar mais jovens", defendeu.
Numa crítica à esquerda, Ana Gomes critica também os partidos por não terem convergido, optando por manterem as suas agendas.