Antigo secretário de Estado "preocupado" com demissões em áreas chave na inovação

Com a demissão de Joana Mendonça de presidente da agência nacional de inovação, o antigo secretário de Estado da Economia, João Neves, junta-se às vozes criticas e admite "preocupação".

Nas redes sociais, destacando o trabalho de Joana Mendonça, o antigo governante lembra que nos últimos anos foi possível "construir uma política virada para a valorização económica do conhecimento".

"Se as notícias são preocupantes espero sinceramente que elas não signifiquem voltar atrás na história e que o ecossistema afirme a importância de uma ANI ao serviço do país e de empresas que inovam e querem um futuro melhor", escreve.

João Neves deixou o Governo em novembro, em rota de colisão com o atual ministro António Costa Silva, depois de o ter criticado publicamente.

Leia o comunicado de João Neves na íntegra:

As notícias que dão conta do pedido de exoneração de Joana Mendonça como Presidente da ANI são preocupantes. A história desta importante organização tem sido de grandes vicissitudes, incluindo uma tentativa de destruição através de um incompreensível despedimento coletivo nos tempos da troika.

Nos anos mais recentes foi sendo possível, mesmo que de forma limitada e contraditória, construir uma política virada para a valorização económica do conhecimento, reforçando o ecossistema de inovação. Cinco marcos estruturantes em que a ANI e Joana Mendonça tiveram um papel relevante: Programa Interface, por iniciativa dos ministros Manuel Heitor e Caldeira Cabral; lançamento dos Laboratórios Colaborativos, também por iniciativa de Manuel Heitor; revisão legislativa dos Centros de Tecnologia e Inovação, por minha iniciativa, e criação no âmbito do PRR da Missão Interface para financiar de forma adequado o conjunto das entidades de interface, com base num modelo de avaliação de resultados; e, lançamento das Zonas Livres Tecnológicas (a primeira da Marinha em Tróia), na sequência de iniciativas anteriores de várias entidades com destaque para o CEIIA.

O mandato de Joana Mendonça foi de recuperação do papel central da ANI como instrumento de uma política que aposta num país moderno, que cria riqueza a partir do conhecimento e de empresas que investem em I&D. Foi possível reforçar finalmente os seus meios humanos, recuperar atrasos nos pagamentos de incentivos, cumprir metas, ter capacidade de iniciativa e de mobilização.

Longe de se poder considerar que tudo está perfeito, e muito menos pronunciar-me em concreto sobre os seus motivos, mas desejo expressar o meu público reconhecimento à ANI e a Joana Mendonça.
Se as notícias são preocupantes espero sinceramente que elas não signifiquem voltar atrás na história e que o ecossistema afirme a importância de uma ANI ao serviço do país e de empresas que inovam e querem um futuro melhor.
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