António Costa considera que "a segurança alimentar mundial está em risco"

O primeiro-ministro português explica ainda que foram aprovados mecanismos para facilitar importações provenientes da Ucrânia.

O primeiro-ministro português, António Costa, acredita que o bloqueio dos portos ucranianos pelas forças russas está a incapacitar as exportações de alimentos provenientes do país atacado, o que pode ser nefasto para o mundo.

"Está em risco a segurança alimentar mundial", afirma António Costa no final da reunião extraordinária do Conselho Europeu, em Bruxelas.

Para combater essa escassez alimentar, especialmente de cereais, o Conselho Europeu "manifestou todo o apoio para encontrar rotas de escoamento das produções agrícolas".

António Costa apresenta ainda mais uma medida que vai permitir facilitar as importações provenientes da Ucrânia: "Em terceiro lugar, um acordo para um apoio macroeconómico para a Ucrânia durante este ano, num montante total de 9 mil milhões de euros. E, por outro lado, a suspensão de todos os direitos aduaneiros sobre as importações provenientes da Ucrânia, para facilitar a entrada no mercado interno de produtos da Ucrânia."

Em relação a Portugal, António Costa afirma que o país não tem uma posição fechada sobre essa matéria.

"Assinei na semana passada, na Ucrânia, um acordo bilateral que prevê neste quadro da assistência macroeconómica um apoio de 250 milhões, precisamente sob a forma de subvenções e que agora será adaptado em função do modelo que vier a ser adotado", acrescentou.

Em relação às restantes medidas aprovadas no novo pacote de sanções à Rússia, o primeiro-ministro reconhece que há países europeus "fortemente dependentes da Rússia", mas considera que o "petróleo russo tem os dias contados na União Europeia".

"Ao contrário do que muitos previam, foi possível encontrar um consenso para aprovar um sexto pacote de sanções, incluindo todo o petróleo importado da Rússia, havendo um período de transição para o petróleo que importado por via de oleoduto", explica António Costa.

As novas sanções à energia proveniente da Rússia colocam vários países europeus em dificuldades e é aí que António Costa acredita que Portugal pode ter um papel importante.

"Há um potencial da Península Ibérica para contribuir para a segurança energética da Europa", afirma o primeiro-ministro.

Com um sexto pacote de sanções à Rússia aprovado, António Costa considera que é cedo para começar a pensar no sétimo, porque assim demonstra-se descrença "na eficácia das sanções".

"Não vale a pena estarmos aqui os 27 a apontar os dedos uns aos outros, porque a realidade de cada estado-membro é bastante diversa. Um país como Portugal está em condições favoráveis, porque tem um elevado nível de energias renováveis. Já tínhamos uma baixíssima utilização de petróleo e gás russo", afirma.

O primeiro-ministro explica: "Países que não têm acesso ao mar e são abastecidos apenas por oleoduto, se o oleoduto fechar têm dificuldade em obter abastecimento, porque o abastecimento por camião cisterna cria problemas energéticos ao país."

Mais Notícias

Outros Conteúdos GMG

Patrocinado

Apoio de