Após ministro "abandonar" reunião sobre a TAP, sindicato diz que Galamba "não está preparado"

Pilotos garantem que o ministro deu a reunião por terminada enquanto apresentavam as suas preocupações com os erros de gestão do passado.

O presidente do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC), Tiago Faria Lopes, defende que o agora ministro das Infraestruturas João Galamba "não está preparado" para lidar com o dossier da TAP após o governante ter "abandonado" uma reunião que decorria esta tarde.

Em declarações à TSF, o líder sindical assinalou que se um ministro "abandona de uma forma inaudita uma reunião, significa que não está preparado para o importante dossier que é a TAP Air Portugal", algo que deixa os pilotos "muitíssimo preocupados".

Questionado sobre o que estava a ser discutido nesse momento, Faria Lopes garante que eram as "preocupações futuras" dos pilotos pelos "erros consecutivos de gestão que poderão repetir-se em 2023" na companhia aérea.

"Não estávamos a fazer nada mais do que [expressar] preocupação, mera preocupação", explica. O líder do sindicato conta que depois de "várias pessoas" terem falado, o ministro João Galamba "levantou-se, disse 'a reunião está terminada' e saiu".

"Foi de tal forma que ficámos um bocado perdidos no corredor, não sabíamos como havíamos de sair e veio uma funcionária indicar-nos a saída", conta Faria Lopes.

Sobre se esta saída da reunião significa uma rotura nas negociações com o Governo, o representante dos pilotos garante que não, "até porque o senhor ministro disse que quem negoceia é a gestão da TAP".

Tendo em conta este posicionamento, o sindicato vai "falar com a gestão" da companhia aérea que "pelos vistos tem autonomia total para negociar".

"No entanto não há rotura nenhuma, se tivermos de falar com o senhor ministro, ou sempre que ele tiver de falar connosco, estaremos sempre aqui para ouvi-lo, respeitando-o como ministro da República Portuguesa", assinala.

A reunião desta tarde, assinala, servia para os pilotos se apresentarem e mostrarem "algumas preocupações que se mantêm no grupo TAP".

"Quando chegámos, o ministro desculpou-se com os supostos resultados positivos da gestão, menorizando os erros da mesma, porque diz que vai ter lucros, portanto os erros de gestão não interessam", criticou o líder do sindicato, que realça que os lucros "advêm dos cortes salariais dos trabalhadores e do valor dos bilhetes, que está 24% acima" do que se verificava.

Faria Lopes não deixou de notar que o ministro atribui os prejuízos na TAP à "massa salarial dos trabalhadores, nomeadamente dos pilotos" e contrapõe que "não é verdade" que a companhia não dá lucro. "De 2009 a 2019 deu 11 milhões de lucro", assinalou, "portanto não é verdade".

Galamba "está a escudar-se de um erro de gestão, se não deu lucro não é pela massa salarial, é porque a TAP sempre foi um arremesso político de cargos", critica o líder do sindicato dos pilotos.

A TSF já contactou o ministério das Infraestruturas para perceber a posição da tutela, mas até agora não houve resposta.

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