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O PSD não vê problema algum no facto de António Oliveira ser o maior acionista particular da SAD do FC Porto, com mais de 7% do capital, o que se traduz em 1.600.000 ações.
Na terça-feira, no anúncio do antigo futebolista e treinador como candidato do PSD à Câmara Municipal de Gaia, Rui Rio sublinhou que António Oliveira não tem qualquer ligação com o mundo do futebol há muito tempo. José Silvano, ouvido pela TSF, reforçou que não se pode falar de um risco de promiscuidade entre esse universo e o da política.
O secretário-geral do PSD e também coordenador do partido para as autárquicas defende que a ligação de António Oliveira à SAD do clube não belisca a credibilidade do candidato. "Não vemos nenhum problema, e o presidente ontem respondeu porquê", afirma o social-democrata.
Mas os motivos são novamente avançados por José Silvano: "primeiro, porque António Oliveira, apesar de ser acionista privado da SAD do Porto", tal diz respeito apenas a "atos de gestão", a "atos de ele propriamente participar em termos do negócio futebolístico", e não calca a "indicação para lugares que possam prejudicar os interesses políticos onde eventualmente venha a estar como candidato a Gaia".
Ouça as declarações de José Silvano.
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Em segundo lugar, frisa, "há 20 anos que ele [António Oliveira] não participa de forma direta no fenómeno futebolístico". O que acontece, na perspetiva de José Silvano, é que o candidato social-democrata simplesmente "tem interesses numa SAD específica, que é um ato de gestão".
Aliás, argumenta José Silvano, também o próprio pode "investir o [seu] dinheiro em qualquer situação", o que não desagua numa situação de "promiscuidade entre o futebol e a política".
"Não é isso que vai condicionar, se ele ganhar a Câmara de Gaia", reforça, indicando que isso só aconteceria se António Oliveira pertencesse a "qualquer conselho superior do FC Porto ou à SAD do FC Porto enquanto órgão executivo".
Ficam ainda os elogios. O secretário-geral do PSD não se coíbe de dizer que o candidato escolhido pelo partido para Vila Nova de Gaia é "um homem que, depois de sair do futebol, chegou a tirar um curso de Direito, onde teve formação específica, em vários cursos de pós-graduação de diversas áreas", bem como um "gestor com capacidades técnicas conhecidas", e, por isso, "capacitado para exercer o cargo".