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O Bloco de Esquerda acusou esta quarta-feira o Governo de optar por uma "política de apoios para rejeitar o essencial", defendendo que com a valorização das pensões e dos salários se protegem as famílias dos efeitos da inflação.
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Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, o líder parlamentar bloquista, Pedro Filipe Soares, afirmou que "o Governo mais uma vez pretende dar por apoio para impedir aquilo que é de direito".
Numa reação ao anúncio do primeiro-ministro do pagamento de uma prestação extraordinária de 240 euros para um milhão de famílias que recebem prestações mínimas ou que beneficiem da tarifa social da energia, Pedro Filipe Soares considerou que "é mais uma política de apoios para rejeitar o essencial, que seria o aumento do poder de compara através da valorização de salários e das pensões".
"Nós sabemos que quando é para proteger as pessoas da inflação, do empobrecimento, é através da valorização de salários e de pensões que isso deve ser feito, porque esses são os direitos estruturais", defendeu.
Para o BE, "um Governo que rejeita aumentar salários, que rejeita controlar preços e que prefere ter uma política baseada em apoios pontuais, quando tem os cofres cheios para mostrar a Bruxelas, é um Governo que rejeita direitos, rejeita a valorização dos salários e das pensões, e assume claramente uma política de empobrecimento do país", acusou Pedro Filipe Soares.
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O líder parlamentar do BE considerou também que "quatro em cada cinco famílias irão empobrecer e mesmo aqueles que receberão o apoio terão uma perda do poder de compra que não compensa o enorme aumento de custos no supermercado, bombas de gasolina e habitação".
António Costa anunciou hoje o pagamento de uma prestação extraordinária de 240 euros para um milhão de famílias que recebem prestações mínimas ou que beneficiem da tarifa social da energia.
A medida, que será aprovada em Conselho de Ministros na quinta-feira, foi anunciada durante uma entrevista à revista Visão. A entrevista será divulgada na íntegra igualmente na quinta-feira.
"A inflação é muito desigualitária nos seus efeitos", argumentou o líder do executivo, salientando que "os preços têm subido para todos", mas nem todos têm "a mesma capacidade de acomodar a subida dos preços".
De acordo com o primeiro-ministro, este apoio começa a ser pago no dia 23 de dezembro, até ao final do ano. Este novo apoio extraordinário vai ser atribuído aos cidadãos abrangidos pela tarifa especial de eletricidade ou por prestações mínimas, sendo consideradas prestações sociais mínimas o complemento solidário para idosos, o rendimento social de inserção, a pensão social de invalidez do regime especial de proteção na invalidez, o complemento da prestação social para a inclusão, a pensão social de velhice e o subsídio social de desemprego.