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António Costa espera que o segundo mandato de Marcelo Rebelo de Sousa seja idêntico ao primeiro e defendeu que e defendeu que o Presidente da República recebeu um "voto de confiança na continuidade". Convidado do programa Circulatura do Quadrado, da TSF e da TVI, o primeiro-ministro aproveitou para criticar o Bloco de Esquerda pelo recente afastamento em relação ao Governo.
Costa insinuou que a rejeição do Orçamento do Estado pelo Bloco de Esquerda contribuiu para o fraco desempenho presidencial de Marisa Matias. Pelo contrário, o líder do PS sublinha que o resultado da CDU foi mais positivo.
"Relativamente ao PCP, o resultado foi melhor do que há cinco anos. Dos partidos que apresentaram um candidato e que têm estado na base de apoio ao atual Governo, o pior resultado foi o de Marisa Matias, que desceu de dez por cento para um resultado claramente inferior", sustenta.

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O primeiro-ministro quis "deixar para os comentadores a correlação" entre o resultado do Bloco de Esquerda e o apoio ao Governo, mas acabou por admitir que "deve ter alguma relação".
Quanto a Marcelo Rebelo de Sousa, Costa espera "que o segundo mandato seja igual ao primeiro", depois de "um apresso na generalidade pela forma como Marcelo Rebelo de Sousa exerceu o primeiro mandato".
O primeiro-ministro explicou que as personalidades de Cavaco Silva e Marcelo Rebelo de Sousa, com quem trabalhou, "são muito diferentes", mas o atual Presidente da República sempre se pautou por uma relação de cordialidade com o Executivo.
"O Presidente da República nunca deixou de ser exigente com o Governo, seja nos bons momentos, como na saída de Portugal do procedimento por défice excessivo, quer nos momentos difíceis, como nos incêndios de 2017 ou na atual pandemia de Covid-19", disse.
Votar em Marcelo ou Ana Gomes? "Todos os socialistas tiveram razões para festejar"
Sobre o Chega, António Costa diz que os resultados das presidenciais "têm causas várias", como o excessivo protagonismo dado a André Ventura.
Por outro lado, Costa afirma que a atuação do Governo não esteve em causa no passado domingo. "O Governo não concorreu às eleições presidenciais. Duvido que haja alguém que apoie o Governo e tenha votado em André Ventura", refere.
Como secretário-geral do PS, e não como primeiro-ministro, Costa atira que "todos os socialistas tiveram razões para festejar".
"Mesmo os que votaram em Ana Gomes conseguiram que André Ventura não ficasse em segundo lugar", justificou.

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Apesar das críticas de vários socialistas pelo partido não ter apoiado formalmente qualquer candidato, António Costa considera que o PS "fez bem", e justificou com o arco da governação.
"A última coisa que o PS devia fazer era desfocar-se da sua missão, que é governar, e dividir-se numas eleições presidenciais, em que era manifesto que os portugueses desejavam reeleger o atual Presidente", afirmou.
Marcelo Rebelo de Sousa foi reeleito Presidente da República, no domingo, com 60,70 por cento dos votos. Em segundo lugar ficou Ana Gomes, com 12,97 por cento e apenas com uma diferença de um ponto percentual para André Ventura.