Bónus milionário e "ilegal" da CEO da TAP. PSD teme que PS fuja às responsabilidades

PCP e BE criticam a falta de transparência em todo o processo em torno do polémico bónus da CEO da TAP.

O deputado social-democrata, Paulo Moniz, explica que o contrato da presidente da CEO da TAP, Christine Ourmières-Widener, deve ser explicado em detalhes. O Jornal Económico avança esta sexta-feira que a indemnização a que Christine Ourmières-Widener pode vir a ter direito ascende aos três milhões de euros. E, tudo isto, afinal pode ser ilegal.

O jornal explica que este valor, previsto numa das cláusulas do contrato, devia ter sido aprovado pela Assembleia Geral da TAP, mas a aprovação nunca chegou a acontecer.

Ouvido no Fórum TSF, o deputado do PSD, Paulo Moniz, entende que o PS não pode deixar fugir as responsabilidades apenas com a demissão de um ou todos os membros da administração da companhia aérea portuguesa.

"Houve e há um anúncio de responsabilização de quem tiver de ser responsabilizado na sequência do famosa inspeção da IGF. O ministro das Finanças disse que iriam ser tomadas as ilações. Nós tememos fortemente que isso possa querer dizer que para o PS na sequência desta inspeção bastará demitir um qualquer membro da administração ou até a administração para, no entendimento deles, colocarem uma pedra sobre num assunto, que se mantém perfeitamente em aberto. Isso não iremos admitir", garantiu o deputado do PSD.

Do lado do Bloco de Esquerda, a deputada Mariana Mortágua defende que o Estado deve evitar as "más práticas" do privado e como um acionista que defende o interesse público. Mortágua sublinha que toda a polémica à volta da TAP "lesam" o país e está contra os príncipios da transparência.

O PCP também está em linha com os argumentos do BE. O deputado comunista, Bruno Dias, critica "a falta de escrutínio e às vezes mesmo a falta de escrúpulo" nas decisões de beneficiar e privilegiar uma espécie de casta de dirigentes, administradores, gestores com milhões de salários, bónus". "Nós já vimos este filme muitas vezes", lembrou.

Já Bernardo Blanco, da Iniciativa Liberal, deseja que, em sede de comissão de inquérito, se analise todo o dossier de intervenção do Estado na TAP. "Fiz questões sobre o bónus a Pedro Nuno Santos, quando ainda era ministro, mas nunca respondeu. São casos politicamente relevantes, mas não chegam nem de perto nem de longe aos 3,2 mil milhões que o Governo enterrou. São quase 1000 euros por família e esse é o âmbito principal da CPI."

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