As críticas ao primeiro-ministro e ao Presidente da República, assim como os apelos para que o PS seja «o menos dogmático possível» e se abra internamente à participação de independentes, foram os pontos centrais da intervenção de Carlos César, que, no final, recebeu um abraço de António José Seguro.
Carlos César considerou que o país está a ser governado pelo «PSD de Cavaco e Passos» e, com ironia, referiu que a impopularidade do primeiro-ministro e do Presidente da República é tal que ambos «têm medo de sair à rua».
«Com os apelos ao consenso procuraram que o PS sirva de ornamento ou justificativo de políticas de desproteção social. Se têm medo de sair à rua e medo da agitação social, então saiam do Governo ou mudem de política, mas desistam de nos aliciar para seus guarda-costas. O PS não é a salvação da direita mas a alternativa», vincou, recebendo palmas dos congressistas socialistas.
O ex-presidente do Governo Regional dos Açores referiu-se também às alegadas divergências internas no Governo, designadamente entre os ministérios da Economia e das Finanças ou entre ministros do CDS e do PSD.
«Não temos nem tempo nem país que suporte as intrigas do Governo. Essa é a crise política que compromete a recuperação e não a convocação de eleições», sustentou.
De forma indireta, Carlos César defendeu a proposta do grupo de socialistas liderado pelo ex-secretário de Estado João Tiago Silveira para que o PS admita a realização de eleições primárias abertas a simpatizantes na escolha do seu líder.
«O PS tem de ser o menos dogmático possível e o menos partidário possível», advertiu.
Antes desta intervenção, também o deputado socialista Duarte Cordeiro defendeu a realização de eleições primárias abertas a simpatizantes na escolha do secretário-geral do PS, dizendo que esse método tornará «o PS mais forte e mais plural».