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O CDS-PP acusa o ministro das Finanças de "tentar explicar o inexplicável" relativamente ao Novo Banco, e desafiou o Governo a aplicar a mais áreas a premissa de que os contratos são para cumprir.
"Eu acho que o ministro das Finanças veio com a sua resposta tentar explicar o inexplicável, porque de facto muito do que se passa é inexplicável", afirmou a deputada Cecília Meireles, em declarações à agência Lusa.
Apontando que ouviu Mário Centeno "dizer que os contratos são para cumprir, o que é um principio", a deputada centrista advogou que "era importante que o Governo também passasse a cumprir outros contratos e outros anúncios que faz".
"Era importante que o Governo aplicasse, não apenas aos bancos, mas a toda a economia portuguesa esta ideia de que os contratos e os anúncios são para cumprir", insistiu.
Centeno reconhece "falha de comunicação"
Em entrevista à TSF, Mário Centeno admitiu que "terá havido uma falha de comunicação entre o ministério das Finanças e o primeiro-ministro no debate quinzenal", mas garantiu que "não houve nenhuma falha financeira nem nenhum incumprimento".
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O ministro sublinha que "se uma falha de comunicação é simples de assumir e corrigir, já a falha financeira e de incumprimento teria um caráter desastroso para o sistema financeiro e o sistema bancário e levaria a um atraso na recuperação da confiança da economia".
O governante esclareceu que "ninguém faz injeções de capital no Novo Banco sem auditorias. No plural. Há múltiplos níveis de validação da operação do Novo Banco na auditoria externa, na comissão de acompanhamento, na regulação do Banco Central Europeu".

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Em reação à entrevista, o deputado do PSD, Duarte Pacheco, rejeitou a justificação dada pelo ministro das Finanças, de que houve uma falha de informação: "Se a transferência estava prevista, como diz, não há uma falha de informação, há um sonegar informação."
Antes, a líder do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, já tinha considerado que o ministro das Finanças "está enganado" ao considerar que a injeção no Novo Banco "é uma falha de comunicação", contrapondo que se trata de uma "falha num compromisso político".

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Durante uma conferência de imprensa, na sede do BE, em Lisboa, argumentou que "o problema da injeção no Novo Banco não é apenas uma falha de comunicação, que em si já é relevante entre o ministro das Finanças e o primeiro-ministro numa altura de um debate, o problema é mesmo o compromisso sobre se pode haver ou não injeções no Novo Banco sem haver resultados da auditoria".