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"A burocracia não pode estar à frente da vida dos portugueses". É com esta frase que Francisco Rodrigues dos Santos faz uma exigência ao Infarmed e ao governo relacionada com um medicamento inovador e com a petição de uma jovem portuguesa que sofre de fibrose quística.
Constança Braddell publicou um vídeo nas redes sociais que, entretanto, se tornou viral a pedir um medicamento que já foi aprovado pela Agência Europeia do Medicamento, mas que em Portugal ainda não foi regulamentado. Para Francisco Rodrigues dos Santos, essa é uma situação inaceitável.
"Quero dizer à Constança, que já entregou uma petição pública no parlamento para que o processo de autorização da comercialização avance, que da parte do CDS exigimos ao Infarmed e à ministra da Saúde que garantam o acesso ao medicamento comparticipado", diz o líder centrista para quem "não há nada que justifique esta demora inaceitável e que se apresente como barreira a este processo a falta de dinheiro".
Além desta exigência, Francisco Rodrigues dos Santos insistiu na ideia de que o Plano de Recuperação e Resiliência não cumpre os objetivos que deveria cumprir e volta a pedir para que o documento seja votado no parlamento. E aí, aproveita para as críticas ao governo pela "atitude estatista e centrada nas obras públicas" quando deveria "criar uma dinâmica económica" voltada para os "mais pobres e empresas de setores mais afetados" pela crise pandémica.
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"Este PRR mostra ainda, cada vez mais, um Estado socialista glutão que se confude com o PS, usa uma receita gasta que já sabemos que não serve, desviando a enorme maioria dos fundos europeus para investimentos públicos de utilidade duvidosa, em vez de os entregar às verdadeiras vítimas desta catástrofe que são as famílias e as nossas pequeno e micro empresas", sublinhou Rodrigues dos Santos no encerramento do congresso.
Crítica que deu depois mote a Francisco Camacho, novo presidente da Juventude Popular, para sublinhar que o plano do governo "é uma hipoteca às novas gerações, uma subtração à liberdade e uma redução da singularidade do país".
Bocas internas?
Sendo ele próprio um filho da JP, Francisco Rodrigues dos Santos não perdeu a oportunidade para alguns recados, internos ou não, sobre a capacidade de os mais jovens serem bem-sucedidos na política.
Desde logo, lembra que "o CDS deu vida à JP mas é a JP que dá vida ao CDS". A partir daí, elencou os pontos fortes desta juventude partidária para o desenvolvimento não só do partido, mas também da sociedade, realçando que os militantes não servem apenas para "agitar bandeiras", mas "agitar ideias".
"Quase parece que é necessário ter cabelos brancos para se ter uma carreira política em Portugal", começou por ironizar Rodrigues dos Santos.
"Quando vos disserem que a juventude é um defeito, respondam que passará com o tempo; quando vos acusarem de serem inexperientes, respondam que a experiência pressupõe uma primeira oportunidade de fazer e acontecer; quando vos perguntarem pela idade, respondam que é apenas um número e que nada diz sobre a vossa experiência e competências", vincou o líder centrista.
E numa altura em que todos recordam o último grande embate no Largo do Caldas com o desafio à liderança de Rodrigues dos Santos, o líder centrista atirou ainda, ao cuidado de todos, que "na JP não se troca uma ideia por um favor, um valor por um lugar, uma traição por uma oportunidade".