Os objetivos foram transmitidos em conferência de imprensa pela coordenadora do gabinete de estudos do partido, Assunção Cristas, que fez um «ponto de situação» dos grupos de trabalho que estão a elaborar medidas para o programa eleitoral centrista, que ainda não foram submetidas aos órgãos partidários.
Questionada sobre se já houve um contacto com o PSD, Assunção Cristas respondeu que o trabalho dentro do CDS ainda nem teve «validação política» dentro dos órgãos do partido e que por isso «é natural» que ainda não tenha havido qualquer contacto com o parceiro no Governo e eventual parceiro numa coligação pré-eleitoral às legislativas.
«O CDS precisa de fazer o seu trabalho de casa, como creio que o PSD está também a fazer. E deste trabalho de casa que os partidos estão a fazer, no caso do CDS já há algum tempo, que sairão boas ideias para debater com o PSD», afirmou.
«Tenho dito sempre que este trabalho é fundamental seja para sustentar um programa autónomo do CDS, seja para ser o contributo do CDS num programa conjunto, altura em que naturalmente será necessário conversar, discutir e afinar objetivos e medidas», acrescentou.
Assunção Cristas apresentou hoje os primeiros objetivos a inscrever num programa eleitoral, remetendo outras fases do trabalho para mais tarde e apontando maio como o mês para a conclusão dos relatórios setoriais.
Sobre matéria fiscal, enunciou o objetivo do CDS de «trabalhar com afinco para chegar ao final da próxima legislatura, faseadamente mas garantidamente, sem sobretaxa do IRS e com o IRC a uma taxa competitiva».
«O rimo da redução da sobretaxa do IRS e da taxa IRC estarão naturalmente dependentes do ritmo de crescimento da economia e da redução do desemprego. A necessidade de manter um controlo rigoroso do défice sugere também que o processo seja, mais uma vez, faseado», afirmou.
Cristas afirmou que «o CDS acredita que o crédito fiscal relativo à sobretaxa do IRS terá efeitos, mas importar pensar o prolema para além de 2015» e que procurará melhores medidas para controlar eficazmente a despesa pública, tendo em perspetiva que o combate à fraude e à evasão fiscal continuem a desempenhar um papel nessa matéria.
Outro dos objetivos é «que o desemprego até ao final da próxima legislatura se situe em um dígito, ou seja, que fique abaixo dos 10%», o que «deverá ser atingido em duas fases, primeiro chegar à média da zona euro e depois descer para um dígito».
Para alcançar essa meta os centristas procuram «medidas eficazes em todos os domínios pertinentes, do investimento às políticas ativas de emprego, da qualificação, ao trabalho, passando pela fiscalidade», tendo Assunção Cristas sublinhado que «um crescimento na casa dos 3%», outro objetivo enunciado, «já aponta com razoável segurança para uma situação de criação líquida e estável de emprego».
Relativamente ao crescimento «na casa dos 3%», a dirigente e ministra do CDS ressalvou que «pode não ser possível logo no 1.º ou 2.º ano da legislatura, mas será nos seguintes».
Os grupos de trabalho do CDS estão a estudar medidas em vários domínios que concorrem para esse objetivo, como fiscalidade, energia, redução de custos de contexto, desburocratização, bom uso dos fundos comunitários, concorrência, financiamento, captação de investimento direto estrangeiro, políticas económicas setoriais, mercado de trabalho, mercado de bens.