CDU e PS em curto-circuito no abastecimento da água e na escalada de preços da energia

Jerónimo de Sousa acusa o governo de estar a criar condições para a privatização da água.

O secretário-geral do PCP dedicou o dia de campanha a autarquias que estão nas mãos da CDU - Palmela, Avis e Monforte. De manhã, no arranque escolar, esteve numa escola do concelho de Palmela, enquanto a tarde foi de comício em Avis, terra comunista desde o 25 de Abril, onde a CDU obteve maioria absoluta em 2017, e onde esteve também além de Nuno Silva, autarca local e recandidato, o edil de Monforte, Gonçalo Lagem, também ele recandidato.

Numa sessão em defesa da água pública, Jerónimo de Sousa afirmou que o abastecimento da água não pode estar à "disposição da gula dos grandes grupos económicos", tal como o governo não pode "fazer-se de morto" em relação à subida do preço da energia.

​​​​​A sessão até começou afinada ao som da música "Avis, minha terra" de Carlos Poeiras e António Vilas Boas, mas depressa o tom desafinou e meteu água: "Enquanto bem público é um direito inalienável, uma questão tão mais evidente quanto a sua mercantilização, sujeita à gula dos grandes grupos económicos que operam no setor, aí está a alastrar pelas mãos das autarquias do PS, PSD e outros".

Jerónimo de Sousa acusa o governo de estar a criar condições para a privatização do setor e mais, diz o secretário-geral do PCP, que o cria mesmo impedimentos aos municípios em termos de financiamento. "É inaceitável que o governo do PS continue a impedir o acesso dos municípios a candidaturas a fundos comunitários, para renovação das suas redes, tentando forçá-los por via da chantagem."

O curto-circuito entre CDU e PS, para além da água, aplica-se também à luz (energia).

"Ficámos a saber que a entidade reguladora apresentou agora um aumento de 3% a aplicar antes de outubro. Como é que é possível num quadro em que essas empresas têm milhares de milhões de euros de lucro por ano, mais uma vez, se aplique um golpe no interesse das famílias?"

E Jerónimo de Sousa questiona: como é que o governo dá resposta a esta situação? Questiona e responde: "Finge-se de morto e atira responsabilidades para a entidade reguladora."

Jerónimo de Sousa lembrou que, na próxima sexta-feira será apresentada uma proposta de lei que trave este e outros aumentos no preço da energia e dos combustíveis. Diz o secretário-geral do PCP que, independentemente do resultado da votação na Assembleia da República, a apresentação destas propostas impede que o governo continue a "fazer-se de morto" nesta matéria.

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