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O primeiro-ministro António Costa reiterou, esta segunda-feira, a confiança no ministro das Finanças, Mário Centeno, depois do caso da injeção de capital de 850 milhões de euros no Novo Banco que deu origem a uma crise interna no Governo.
Em entrevista à TSF, o primeiro-ministro garantiu novamente que "está tudo esclarecido", isto já depois de o Governo ter assumido que "houve uma falha de comunicação interna".

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"É um assunto devidamente esclarecido", insistiu o primeiro-ministro, antes de esclarecer que tem "consciência de tudo" o que esteve implicado no Novo Banco e que, por isso, "não disse nada de que não tivesses consciência".
Primeiro-ministro reitera a confiança em Mário Centeno.
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A relação com Mário Centeno, garante, não sofreu com a "falha de comunicação", com o primeiro-ministro a sublinhar que se não tivesse aceitado as explicações de Mário Centeno "não teria mantido a confiança" no ministro. "Se mantive a confiança, foi porque aceitei as explicações."
Centeno apresentou a demissão?
O primeiro-ministro não esclareceu se Mário Centeno apresentou, ou não, a demissão na última quarta-feira, dia em que os ministros estiveram reunidos por largas horas depois de, numa visita à Autoeuropa, o Presidente da República ter dito que Costa esteve "muito bem" no Parlamento e que "é politicamente diferente o Estado assumir responsabilidade dias antes de se conhecer a auditoria, ou a auditoria ser concluída dias antes, do Estado assumir responsabilidades".
A reunião terminou com um comunicado em que António Costa reiterava a confiança política em Centeno.
Ouça aqui na íntegra a entrevista com António Costa.
Sobre se a demissão esteve em cima da mesa, o primeiro-ministro limitou-se a afirmar que não torna públicas as reuniões entre membros do Governo mas realçou que "não há quebra de confiança".
Costa não quis esclarecer a continuidade do ministro das Finanças, mas frisou que "gosta de ter no Governo todos os membros" que o compõem.

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O ministro que cumpre bem "todos os dias o seu papel"
Encerrada que diz estar a polémica, António Costa deixou também elogios ao colega de Governo, garantindo que Centeno cumpre "todos os dias o seu papel". E "bem".
Na mesma linha, lembrou que Mário Centeno, "é o segundo ministro das Finanças desde o 25 de Abril a cumprir uma legislatura completa", depois de Sousa Franco.
Admitindo que é "bastante conservador" no que toca a mudanças de Governo, Costa garante que só pensa em substituir Centeno "quando esse problema se puser".
Segue-se o Banco de Portugal?
Em 2014, António Costa foi ao Banco de Portugal desafiar Mário Centeno para assumir a pasta das Finanças. Seis anos depois, questionado sobre se terá de o "devolver à procedência", mas como governador, Costa finta a questão.
"Tudo terá o seu tempo, mas uma coisa é certa: o lugar de origem do doutor Mário Centeno é, seguramente, também no Banco de Portugal quando sair do Governo, visto que ninguém está eternamente no Governo."
Com o mandato do atual governador, Carlos Costa, a acabar no início de julho, e com o mandato de Centeno a terminar no Eurogrupo a 13 de julho, Costa admite desde já que "no momento próprio tratará" da sucessão.
Essa preparação, garante desde já, vai incluir os outros partidos e o próprio Carlos Costa, sendo que o mandato pode ser prolongado se necessário.